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Como nasceu a obra O Capital

Eis o artigo.

A obra que, talvez mais que qualquer outra, contribuiu para mudar o mundo nos últimos 150 anos, teve uma gestação longa e muito difícil. Marx começou a escrever O Capital só muitos anos após iniciar seus estudos de economia política.

Se já a partir de 1844 havia criticado a propriedade privada e o trabalho alienado da sociedade capitalista, foi somente após o pânico financeiro de 1857 – que começou nos Estados Unidos e depois se estendeu a Europa – que se sentiu obrigado a deixar de lado sua incessante pesquisa e começar a redigir o que chamava sua “Economia”.

Crise, os Grundrisse e pobreza

Com o início da crise, Marx antecipou o nascimento de uma nova fase de convulsões sociais e considerou que o mais urgente era proporcionar ao proletariado a crítica ao modo de produção capitalista, um requisito prévio para superá-lo. Desse modo, nasceram os Grundrisse, oito cadernos nos quais examinou as formações econômicas pré-capitalistas e descreveu algumas características da sociedade comunista, ressaltando a importância da liberdade e do desenvolvimento dos indivíduos. O movimento revolucionário que surgiria por causa da crise ficou em uma ilusão e Marx não publicou seus manuscritos, consciente da distância que ainda estava do domínio total dos temas que enfrentava. A única parte publicada, após uma profunda reelaboração do capítulo sobre o dinheiro, foi a Contribuição à Crítica da Economia Política, um texto distribuído em 1859 e revisado por uma só pessoa: Engels.

O projeto de Marx era dividir sua obra em seis livros. Deveriam se dedicar ao capital, à propriedade da terra, ao trabalho assalariado, ao Estado, ao comércio exterior e ao mercado mundial. Contudo, em 1862, como resultado da guerra de secessão estadunidense, oNew York Tribune despediu seus colaboradores europeus. Marx – que trabalhou para o jornal durante mais de uma década – e sua família voltaram a viver em condições de terrível pobreza, as mesmas que haviam sofrido durante os primeiros anos de seu exílio em Londres. Só contava com a ajuda de Engels, a quem escrevia: “Todos os dias, minha esposa me diz que preferiria estar em uma sepultura com as pequenas e, na verdade, não posso culpá-la, dadas as humilhações e sofrimentos que estamos padecendo, realmente indescritíveis”. Sua condição era tão desesperadora que, nas semanas mais sombrias, faltava comida para as filhas e papel para escrever. Buscou emprego em um escritório das ferrovias. A vaga, no entanto, não lhe foi concedida por causa de sua letra ruim. Portanto, para enfrentar a indigência, a obra de Marx esteve sujeita a grandes atrasos.

A mais-valia e o carbúnculo

Neste período, em um longo manuscrito intitulado Teorias sobre a Mais-Valia, realizou uma profunda crítica ao modo como todos os grandes economistas haviam tratado erroneamente a mais-valia como lucro ou renda. Para Marx, no entanto, era a forma específica pela qual se manifesta a exploração no capitalismo. Os trabalhadores passam parte de seu dia trabalhando para o capitalista de forma gratuita. Este último busca de todas as formas possíveis gerar mais-valia por meio do trabalho excedente: “Não basta que o trabalhador produza em geral, deve produzir mais-valia”, ou seja, servir à autovalorização do capital. O roubo de inclusive alguns poucos minutos da comida ou do descanso de cada trabalhador significa transferir uma enorme quantidade de riqueza aos bolsos dos patrões. O desenvolvimento intelectual, cumprir as funções sociais e os dias festivos são para o capital “puras e simples bagatelas”.

Après moi le déluge (depois de mim, o dilúvio) era para Marx o lema dos capitalistas, ainda que pudessem, hipocritamente, se opor à legislação sobre as fábricas em nome da “liberdade plena do trabalho”. A redução da jornada de trabalho e o aumento do valor da força de trabalho foi, portanto, o primeiro terreno da luta de classes.

Em 1862, Marx escolheu o título de seu livro: O Capital. Acreditava que podia começar imediatamente a redigi-lo, no entanto, às já graves vicissitudes financeiras se somaram problemas de saúde. De fato, o que sua esposa Jenny descreveu como “a terrível enfermidade” contra a qual Marx precisaria lutar muitos anos de sua vida era o carbúnculo, uma horrível infecção que se manifesta em várias partes do corpo com uma série de abscessos cutâneos e uma extensa e debilitante furunculose. Marx foi operado e “sua vida permaneceu durante muito tempo em perigo”. Sua família estava à beira do abismo.

O Moro (este era seu apelido) se recuperou e até dezembro de 1865 se dedicou a escrever o que se converteria em sua autêntica obra magna. Além disso, a partir do outono de 1864 assistiu assiduamente as reuniões da Associação Internacional de Trabalhadores, para a qual escreveu durante oito anos seus principais documentos políticos. Estudar durante o dia na biblioteca, para se inteirar das novas descobertas, e seguir trabalhando em seu manuscrito durante toda a noite: esta foi a esgotadora rotina a qual Marx se submeteu até a exaustão de todas as suas energias e o esgotamento de seu corpo.

Um todo artístico

Ainda que havia reduzido seu projeto de seis para três volumes sobre O Capital, Marx não quis abandonar seu propósito de publicá-los juntos. De fato, escreveu a Engels: “Não posso decidir sobre o que abrir mão, antes de tudo estar diante de mim, sejam quais forem os defeitos que possam ter, este é o valor de meus livros: todos formam um todo artístico, alcançável somente graças ao meu sistema de não o entregar ao impressor antes de tê-lo completo diante de mim”.

O dilema de “corrigir uma parte do manuscrito e entregá-lo ao editor ou terminar de escrever tudo” foi resolvido pelos acontecimentos. Marx sofreu outro ataque bestial de carbúnculo, o mais virulento de todos. A Engels disse que havia “perdido a pele”. Os médicos lhe disseram que a recaída se deu em razão do excesso de trabalho e as contínuas vigílias noturnas. Marx se concentrou no livro um: O processo de produção do capital.

Os furúnculos seguiram o atormentando e, durante semanas, Marx nem sequer pôde se sentar. Tentou se operar. Procurou uma navalha e disse a Engels que tentou extirpar essa maldita coisa. Desta vez, o encerramento de sua obra não foi postergado pela “teoria”, mas, sim, por “razões físicas e burguesas”.

Em abril de 1867, o manuscrito foi finalmente concluído. Marx pediu a seu amigo de Manchester, que lhe ajudou durante 20 anos, que lhe enviasse dinheiro para poder recuperar “a roupa e o relógio que se encontram na casa de empenho”. Marx sobreviveu com o mínimo indispensável e, sem esses objetos, não podia viajar à Alemanha, onde a imprensa esperava por sua obra.

A correção do rascunho durou todo o verão e Engels lhe destacou que a exposição da forma do valor era muito abstrata e “se ressentia da perseguição dos furúnculos”. Marxrespondeu: “espero que a burguesia se recorde de meus furúnculos até o dia de sua morte”.

O Capital foi colocado à venda no dia 11 de setembro de 1867. Um século e meio depois, o texto figura entre os livros mais traduzidos, vendidos e discutidos na história da humanidade. Para aqueles que queiram entender o que realmente é o capitalismo e por que os trabalhadores devem lutar por uma “forma superior de sociedade, cujo princípio fundamental seja o desenvolvimento pleno e livre de cada indivíduo”, O Capital é hoje mais que nunca uma leitura simplesmente imprescindível”.

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La dureza del capital

El 11 de septiembre se cumplieron 150 años de ‘El Capital’. Esta es su historia.
La obra que, quizás más que ninguna otra, ha contribuido a cambiar el mundo en los últimos 150 años tuvo una gestación larga y muy difícil.

Marx comenzó a escribir El Capital solo muchos años después de comenzar sus estudios de economía política. Si ya desde 1844 había criticado la propiedad privada y el trabajo alienado de la sociedad capitalista, fue solo después del pánico financiero de 1857 —que comenzó en Estados Unidos y luego se extendió a Europa— cuando se sintió obligado a dejar a un lado su incesante investigación y comenzar a redactar lo que llamaba su “Economía”.

Crisis, los Grundrisse y pobreza. Con el inicio de la crisis, Marx anticipó el nacimiento de una nueva fase de convulsiones sociales y consideró que lo más urgente era proporcionar al proletariado la crítica del modo de producción capitalista, un requisito previo para superarlo. Así nacieron los Grundrisse, ocho cuadernos en los que examinó las formaciones económicas precapitalistas y describió algunas características de la sociedad comunista, subrayando la importancia de la libertad y el desarrollo de los individuos. El movimiento revolucionario que surgiría a causa de la crisis se quedó en una ilusión y Marx no publicó sus manuscritos, consciente de hasta qué punto estaba todavía lejos del dominio total de los temas a los que se enfrentaba. La única parte publicada, después de una profunda reelaboración del capítulo sobre el dinero, fue la Contribución a la crítica de la economía política, un texto distribuido en 1859 y revisado por una sola persona: Engels.

El proyecto de Marx era dividir su obra en seis libros. Deberían haberse dedicado al capital, la propiedad de la tierra, el trabajo asalariado, el Estado, el comercio exterior y el mercado mundial. Pero en 1862, como resultado de la guerra de secesión estadounidense, el New York Tribune despidió a sus colaboradores europeos, Marx —quien trabajó para el periódico durante más de una década— y su familia volvieron a vivir en condiciones de terrible pobreza, las mismas que habían padecido durante los primeros años de su exilio en Londres. Solo tenía la ayuda de Engels, a quien escribía: “Todos los días mi esposa me dice que preferiría yacer en la tumba con las chicas y, en verdad, no puedo culparla dadas las humillaciones y sufrimientos que estamos padeciendo, realmente indescriptibles”. Su condición era tan desesperada que, en las semanas más negras, faltaba comida para las hijas y papel para escribir. Buscó empleo en una oficina de los ferrocarriles. El puesto, sin embargo, le fue negado debido a su mala letra. Por lo tanto, para hacer frente a la indigencia, la obra de Marx estuvo sujeta a grandes retrasos.

La plusvalía y el carbunco. En este periodo, en un largo manuscrito titulado Teorías sobre la plusvalía, llevó a cabo una profunda crítica de la manera en que todos los grandes economistas habían tratado erróneamente la plusvalía como ganancia o renta. Para Marx, sin embargo, era la forma específica por la cual se manifiesta la explotación en el capitalismo. Los trabajadores pasan parte de su jornada trabajando para el capitalista de forma gratuita. Este último busca de todas las formas posibles generar plusvalía por medio del trabajo excedente: “No basta con que el trabajador produzca en general, debe producir plusvalía”, es decir, servir a la autovaloración del capital. El robo de incluso unos pocos minutos de la comida o del descanso de cada trabajador significa transferir una enorme cantidad de riqueza a los bolsillos de los patrones. El desarrollo intelectual, cumplir las funciones sociales y los días festivos son para el capital “puras y simples fruslerías”. Après moi le déluge! (después de mí, el diluvio) era para Marx el lema de los capitalistas, aunque pudieran, hipócritamente, oponerse a la legislación sobre las fábricas en nombre de la “libertad plena del trabajo”. La reducción de la jornada laboral y el aumento del valor de la fuerza de trabajo fue, por tanto, el primer terreno de la lucha de clases.

En 1862, Marx eligió el título de su libro: El Capital. Creía que podía comenzar inmediatamente a redactarlo, pero a las ya graves vicisitudes financieras se sumaron problemas de salud. De hecho, lo que su esposa Jenny describió como “la terrible enfermedad” contra la cual Marx tendría que luchar muchos años de su vida era el carbunco, una horrible infección que se manifiesta en varias partes del cuerpo con una serie de abscesos cutáneos y una extensa y debilitante forunculosis. Marx fue operado y “su vida permaneció durante mucho tiempo en peligro”. Su familia estaba al borde del abismo.

El Moro (éste era su apodo) se recuperó y hasta diciembre de 1865 se dedicó a escribir lo que se convertiría en su auténtica obra magna. Además, desde el otoño de 1864 asistió asiduamente a las reuniones de la Asociación Internacional de Trabajadores, para la que escribió durante ocho años sus principales documentos políticos. Estudiar durante el día en la biblioteca, para ponerse al corriente de los nuevos descubrimientos, y seguir trabajando en su manuscrito de la noche a la mañana: esta fue la agotadora rutina a la que se sometió Marx hasta el agotamiento de todas sus energías y el agotamiento de su cuerpo.

Un todo artístico. Aunque había reducido su proyecto de seis a tres volúmenes sobre El Capital, Marx no quiso abandonar su propósito de publicarlos juntos. De hecho, le escribió a Engels: “No puedo decidir de qué prescindir antes de que todo esté frente a mí, sean cuales sean los defectos que puedan tener, este es el valor de mis libros: todos forman un todo artístico, alcanzable solo gracias a mi sistema de no entregarlo al impresor antes de tenerlo todo delante de mí”. El dilema de “corregir una parte del manuscrito y entregarlo al editor o terminar de escribir todo” fue resuelto por los acontecimientos. Marx sufrió otro ataque bestial de carbunclo, el más virulento de todos. A Engels le contó que había “perdido la piel”; los médicos le dijeron que la recaída fue por el exceso de trabajo y las continuas vigilias nocturnas. Marx se concentró en el libro uno: El proceso de producción del capital.

Los forúnculos siguieron atormentándolo y durante semanas Marx ni siquiera pudo sentarse. Intentó operarse. Se procuró una navaja y le dijo a Engels que intentó extirparse esa maldita cosa. Esta vez, la culminación de su obra no se postergó por la “teoría”, sino por “razones físicas y burguesas”.

En abril de 1867, el manuscrito fue finalmente terminado. Marx le pidió a su amigo de Manchester, que le ayudó durante 20 años, que le enviara dinero para poder recuperar “la ropa y el reloj que se encuentran en la casa de empeño”. Marx sobrevivió con el mínimo indispensable y sin esos objetos no podía viajar a Alemania, donde la imprenta esperaba por su obra.

La corrección del borrador duró todo el verano y Engels le señaló que la exposición de la forma del valor era demasiado abstracta y “se resentía de la persecución de los forúnculos”, Marx respondió, “espero que la burguesía se acuerde de mis forúnculos hasta el día de su muerte”.

El Capital fue puesto a la venta el 11 de septiembre de 1867. Un siglo y medio después, el texto figura entre los libros más traducidos, vendidos y discutidos en la historia de la humanidad. Para quienes quieran entender lo que realmente es el capitalismo y el porqué los trabajadores deben luchar por una “forma superior de sociedad cuyo principio fundamental sea el desarrollo pleno y libre de cada individuo”, El Capital es hoy más que nunca una lectura simplemente imprescindible.

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Como nasceu O Capital de Marx

A obra que, talvez mais que nenhuma outra, contribuiu para mudar o mundo nos últimos 150 anos, teve uma gestação longa e muito difícil.

Marx começou a escrever O Capital somente muitos anos depois de começar seus estudos de economia política. Se já desde 1844 havia criticado a propriedade privada e o trabalho alienado da sociedade capitalista, foi somente depois do pânico financeiro de 1857 – que começou nos Estados Unidos e logo se estendeu à Europa-, quando se sentiu obrigado a deixar de lado sua incessante investigação e começou a redigir o que chamava sua “Economia”.

A crise , os Grundrisse e a pobreza
Com o início da crise, Marx previu o nascimento de uma nova fase de convulsões sociais e considerou que o mais urgente era proporcionar ao proletariado a crítica do modo de produção capitalista, um requisito prévio para superá-lo. Assim nasceram os Grundrisse, oito grossos cadernos em que, entre outras coisas, examinou as formações econômicas pré-capitalistas e descreveu algumas características da sociedade comunista, enfatizando a importância da liberdade e o desenvolvimento dos indivíduos. O movimento revolucionário que acredita que surgiria como consequência da crise foi apenas uma ilusão, e Marx não publicou seus manuscritos , consciente de que estava longe do domínio total dos temas que enfrentava. A única parte publicada, depois de uma profunda reelaboração do “Capítulo sobre o dinheiro” foi a contribuição à crítica da economia política, um texto distribuído em 1859 e que foi revisado por um só pessoa: Engels.

O projeto de Marx era dividir sua obra em seis livros. Seriam eles : o trabalho assalariado, a propriedade da terra, o trabalho assalariado, o estado, o comércio exterior e o mercado mundial. Entretanto, quando em 1862, como resultado da guerra de secessão norte-americana, o New York Tribune despediu seus colaboradores europeus, Marx- que havia trabalhado para o jornal norte-americano durante mais de uma década- e sua família voltaram a viver em condições de terrível pobreza, as mesmas que haviam padecido durante os primeiros anos de seus exílio em Londres. Somente tinha a ajuda de Engels, a quem escrevia: “Todos os dias minha esposa me diz que preferiria morrer com as crianças e, na verdade, não posso culpá-la dadas as humilhações que estamos padecendo, realmente indescritível. “Sua condição era tão desesperada que, nas semanas mais difíceis, faltava comida para as filhas e papel para escrever. Também buscou emprego em um escritório das ferrovias inglesas. O trabalho, no entanto, o foi negado devido a sua péssima letra. Portanto, devido a grande indigência, a obra de Marx esteve sujeita a grandes atrasos.

A explicação da mais-valia e o carbúnculo (Antraz)
Entretanto, neste período, em um longo manuscrito intitulado Teorias da Mais-valia, levou a cabo uma profunda crítica da maneira em que todos os grandes economistas haviam tratado erroneamente a mais-valia como lucro ou renda. Para Marx, entretanto, era a forma específica pela qual se manifesta a exploração no capitalismo. Os trabalhadores passam parte de sua jornada trabalhando para o capitalista de forma gratuita. Este último busca de todas as formas possíveis gerar mais-valia por meio de trabalho excedente: “Não basta que o trabalhador produza em geral, deve produzir mais-valia”, ou seja, auto-valorização do capital. O roubo de inclusive uns poucos minutos da comida ou do descanso de cada trabalhador significa transferir uma enorme quantidade de riqueza para os bolsos dos patrões. O desenvolvimento intelectual, o cumprimento das funções sociais, e os dias festivos são para o capital “puras e simples frustrações”. “Apres moi le déluge” ou “o problema não é meu” era também para Marx – ainda que ao tratar a questão ecológica ( que abordou como poucos autores de sua época) – o lema dos capitalistas , ainda que puderem , hipocritamente, se opor a legislação sobre as fábricas em nome da “liberdade plena do trabalho”. A redução da jornada de trabalho, junto com o aumento do valor da força de trabalho, foi, portanto, o primeiro terreno em que tinha lugar a luta de classes.

Em 1862, Marx elegeu o título de seu livro : “O Capital. Acreditava que podia começar imediatamente a redigir-lo de uma forma definitiva, mas as já graves vicissitudes financeiras se somaram a um muito grave problema de saúde. De fato, o que sua esposa Jenny descreveu como “a terrível doença, contra a qual Marx teria que lutar muitos anos de sua vida. Sofria de carbúnculo ou Antraz, uma horrível infecção que se manifesta no início em várias partes do corpo com uma série de abcessos cutâneos e uma extensa furunculose. Devido a uma pápula profunda, seguida pela aparição de uma rede de vesículas ulcerantes, Marx foi operado e “sua vida permaneceu durante muito tempo em perigo”. Sua família estava mais que nunca a beira do abismo.

O Moro ( este era seu apelido), entretanto, se recuperou e, até dezembro de 1865, se dedicou a escrever o que se converteria em sua autêntica obra magna. Ademais, desde o outono de 1864, assistiu assiduamente as reuniões da Associação Internacional dos trabalhadores( I internacional), para a quem havia escrito durante oito anos os principais documentos políticos. Estudar durante o dia na biblioteca, para se colocar em contato aos novos descobrimentos, e seguir trabalhando em seus manuscrito da noite até a manhã: esta foi a rotina a que se submeteu Marx até o esgotamento de todas as suas energias e o esgotamento do seu corpo.

Um todo artístico
Ainda que havia reduzido seu projeto inicial de seis livros a três volumes sobre O Capital, Marx não quis abandonar seu propósito de publicá-los todos juntos. De fato, escreveu a Engels: “Não posso decidir do que prescindir antes de que tudo esteja frente a mim, sejam quais sejam os defeitos que possam ter, este é o valor de meus livros: todos formam um todo artístico, alcançável somente graças a meu sistema de não entregá-lo para a impressão antes de tê-los todos diante de mim”. O dilema de Marx – “corrigir uma parte do manuscrito e entregá-lo ao editor ou terminar de escrever tudo primeiro”- foi resolvido pelos acontecimentos. Marx sofreu outro ataque bestial de carbúnculo, o mais violento de todos, e sua vida esteve em perigo. A Engels lhe contou que havia “perdido a pele”; os médicos lhe disseram que as causas de sua recaída eram o excesso de trabalho e as contínuas vigílias noturnas: “a enfermidade vem da cabeça”. Como resultado destes acontecimentos, Marx decidiu concentrar se unicamente no único livro um, o relacionado com o “Processo de Produção do Capital”.

Entretanto, os furúnculos continuaram atormentando-lo , e durante semanas. Marx nem sequer podia sentar-se. Inclusive tentou se operar sozinho. Procurou uma navalha muito afiada e disse a Engels que havia tentado tirar aquela maldita coisa. Desta vez, a culminação de sua obra não se viu postergada devido a “teoria” senão por “razões físicas e burguesas”.

Quando, em abril de 1867, o manuscrito foi finalmente terminado, Marx pediu a seu amigo de Manchester, que o havia ajudado durante vinte anos, que lhe enviasse dinheiro para poder recuperar “a roupa e o relógio que se encontravam na casa de penhor”. Marx havia sobrevivido com o mínimo indispensável e sem esses objetos não podia viajar à Alemanha , onde lhe esperavam para entregar o manuscrito a gráfica para impressão.

A correção do borrador durou todo o verão e Engels observou que a exposição da forma do valor era demasiado abstrata e “se ressentia da perseguição dos furúnculos”, Marx respondeu, “espero que a burguesia lembre dos meus furúnculos até o dia de sua morte”.

O Capital foi posto a venda no dia 11 de setembro de 1867. Um século e meio depois de sua publicação, figura entre os livros mais traduzidos, vendidos e discutidos na história da humanidade. Para aqueles que querem entender o que realmente é o capitalismo, e porque os trabalhadores devem lutar por uma “forma superior de sociedade cujo princípio fundamental seja o desenvolvimento pleno e livre de cada indivíduo”, O Capital é hoje mais que nunca uma leitura imprescindível.

 

Tradução: Rodrigo Claudio

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Contemporary Topics in Social Theory

This course deals with the development of sociological theory in the major foundational thinkers of the 19th and early 20th century. Much of classical sociological theory was focused upon growing awareness of society, as such, being the subject of profound change. Central questions addressed by its main authors were “What is the nature of the society emerging in 19th century Europe?” and “What is its significance with respect to the development of humanity?” Differences of opinion and profound debate have been characteristic of sociological theory, and have widely been recognized as contributing to its development.

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Marxisme-Histoire. Comment est né «Le Capital» de Marx

L’ouvrage, qui peut-être plus que tout autre a le plus contribué à changer le monde, au cours de ces 150 dernières années, a connu une longue et très difficile gestation.

Marx commença à écrire Le Capital seulement plusieurs années après le début de ses études de l’économie politique. Il avait critiqué la propriété privée et le travail aliéné propre à la société capitaliste depuis 1844; mais ce ne fut qu’après la [première] crise financière de 1857 qui éclata aux Etats-Unis, puis se diffusa en Europe, qu’il s’est senti obligé de mettre ses incessantes recherches de côté pour commencer à rédiger ce qu’il nommait son «Economie».

La crise, les Grundrisse et la pauvreté
Avec l’irruption de la crise, Marx pressentit la naissance d’une nouvelle période de bouleversements sociaux. Et, dès lors, il considéra que le plus urgent consistait à fournir au prolétariat la critique du mode de production capitaliste, fondement indispensable pour son dépassement. C’est ainsi que naquirent les Grundrisse [ Manuscrits de 1857-1858, Ed. Sociales, 2011], huit cahiers substantiels abordant les formations économiques précapitalistes et esquissant quelques caractéristiques de la société communiste en soulignant l’importance de la liberté et du développement de chaque individu. Le mouvement révolutionnaire, qu’il croyait devoir être engendré par la crise, resta une illusion et Marx ne publia pas ses manuscrits, conscient de ce qui le séparait encore de la pleine maîtrise de la matière à laquelle il s’affrontait. La seule partie de sa recherche qu’il confia à un éditeur, après une profonde réélaboration du Chapitre sur l’argent, futContribution à la critique de l’économie politique [ Zur Kritik der politischen Ökonomie], texte qui fut publié en 1859 et qui n’a été l’objet d’une recension que par une personne: Engels.

Le projet de Marx était de diviser son œuvre en six livres. Ces derniers auraient dû être consacrés: au capital, à la propriété foncière, au travail salarié, à l’Etat, au commerce extérieur et au marché mondial. Mais lorsqu’en 1862, à cause de la guerre de Sécession aux Etats-Unis, le New York Tribune licencia ses collaborateurs européens, Marx – qui avait travaillé pour ce quotidien américain durant plus d’une décennie – et sa famille se retrouvèrent plongés dans des conditions de pauvreté terribles, les mêmes dont ils avaient souffert au cours des premières années de leur exil londonien. Il ne disposait plus que de l’aide d’Engels, auquel il écrivit: chaque jour ma femme me dit qu’elle voudrait être dans la tombe, avec les enfants, et, en vérité, «je ne peux lui en faire le reproche parce que les humiliations et les afflictions que nous devons subir sont indescriptibles». Sa situation était si désespérée que, dans les semaines les plus sombres, la nourriture venait à manquer pour ses filles au même titre que pour lui le papier afin d’écrire. Il essaya d’obtenir un emploi dans les chemins de fer anglais. Mais il ne put l’obtenir à cause de sa piètre calligraphie. En conséquence, afin de pouvoir faire face à l’indigence, le travail central de Marx a continué à subir d’importants retards.

L’explication de la plus-value et la maladie du charbon (anthrax)
Malgré cela, durant cette période, dans un très long manuscrit, portant le titre Théories sur la plus-value, il accomplit un examen attentif, minutieux et critique de la façon dont tous les principaux économistes avaient traité, de manière erronée, de la plus-value comme profit ou rente. Pour Marx, à l’opposé, la plus-value constituait la forme spécifique grâce à laquelle se manifeste l’exploitation capitaliste. Les ouvriers passent une partie de leur journée à travailler gratuitement pour le capitaliste. Ce dernier cherche, de toutes les manières possibles, à générer de la plus-value au moyen du surtravail: «il ne suffit pas que l’ouvrier produise en général, il doit produire de la plus-value», autrement dit il doit servir à l’auto-valorisation du capital. Le vol (la soustraction), ne serait-ce que de quelques minutes, de son temps de repas ou de pause implique le déplacement d’une masse considérable de richesse dans les poches des patrons. Le développement intellectuel, l’accomplissement de fonctions sociales, les temps festifs sont, pour le capital, «pure et simple fanfreluche». «Après moi le déluge!» était selon Marx (y compris au regard de la question écologique, qu’il a prise en compte comme peu d’auteurs de son époque) la devise des capitalistes. Même si, après cela, de manière hypocrite, ils s’opposaient à la législation sur les fabriques au nom de la «pleine liberté du travail». La réduction de la durée de la journée de travail, ainsi que l’augmentation de la valeur de la force de travail vont devenir dès lors le premier terrain sur lequel allait se manifester la lutte des classes.

En 1862, Marx choisit enfin le titre de son ouvrage, Le Capital. Il pensait pouvoir rapidement donner une forme définitive à la version entreprise, mais aux vicissitudes financières très dures se sont ajoutés de très graves problèmes de santé, avec l’apparition de ce que sa femme, Jenny, nomma «la terrible maladie», contre laquelle Marx devra se battre pendant des années. Il fut atteint par l’anthrax, une horrible infection qui se manifestait par l’apparition sur toutes les parties du corps d’abcès cutanés et par une furonculose étendue et affaiblissante. Puis, atteint d’un grave ulcère, il fut opéré et «se trouva pendant une longue période entre la vie et la mort». Sa famille fut alors, plus que jamais, au bord du gouffre.

Néanmoins, le Maure – c’était son surnom – s’est ressaisi. Et, jusqu’à décembre 1865, il accomplit la véritable et authentique version de ce qui deviendra son magnum opus. En outre, dès l’automne 1864, il participa assidûment aux réunions de l’Association internationale des travailleurs pour laquelle il rédigea, durant huit années d’intenses activités, les principaux documents politiques. Il étudiait le jour à la bibliothèque [The British Library], pour être au courant des nouvelles découvertes et pouvoir, la nuit, faire progresser son manuscrit. Telle était l’épuisante routine à laquelle Marx se soumit jusqu’à l’épuisement de toute son énergie et à l’exténuation de son corps.

Même s’il avait réduit son projet initial de six livres à trois consacrés au capital, Marx ne voulait pas abandonner le dessein de les publier tous ensemble. Il écrivit à Engels: «Je ne peux me résoudre à donner [à l’éditeur] quoi que ce soit avant que le tout soit devant moi. Quelles que soient les lacunes qu’ils [les manuscrits] peuvent contenir, c’est là la valeur de mes livres: ils constituent une totalité artistique [au sens d’une activité qui fait naître], un résultat obtenu seulement grâce à ma méthode de pas les donner à imprimer avant que je les aie en totalité devant moi.» Le dilemme de Marx – «parfaire une partie du manuscrit et la remettre à l’éditeur ou terminer le tout avant de le publier» – a été résolu par les circonstances. Marx subit une autre attaque d’anthrax plus virulente que toutes les précédentes et fut en danger de mort. Il écrivit à Engels avoir «risqué sa peau»; les médecins lui avaient dit que les causes de sa rechute résidaient dans l’excès de travail et les veilles nocturnes répétées: «La maladie trouvait sa source dans la tête.» Par la suite, Marx décida de se concentrer sur le Livre premier, au cœur duquel se trouve le «procès de production du capital».

Cependant les furoncles continuaient à le tourmenter, durant des semaines entières, Marx fut incapable de rester assis. Il essaya de s’opérer lui-même, il se procura un rasoir bien affilé, et confia à Engels avoir «extirpé cette chose damnée». Cette fois, l’achèvement de l’œuvre n’a pas été retardé à cause de «la théorie», mais pour des «raisons physiques et prosaïques».

Lorsqu’en avril 1867 le manuscrit fut enfin achevé, il demanda à son ami de Manchester [Engels] – qui l’avait sans cesse aidé durant deux décennies – de lui envoyer de l’argent, afin de récupérer «les vêtements et la montre mis en gage au Mont-de-Piété». Marx, qui avait vécu avec le minimum indispensable et sans ces objets, ne pouvait se rendre en Allemagne, où il était attendu pour remettre le manuscrit à l’éditeur.

Les corrections des épreuves se sont prolongées durant tout l’été, et lorsque Engels fit remarquer à Marx que l’exposition de la forme valeur était trop abstraite et que cela «témoignait de la virulence des furoncles», Marx lui répondit: «J’espère que la bourgeoisie se souviendra de mes abcès jusqu’à son dernier jour.»

Le Capital fut publié le 11 septembre 1867. Un siècle et demi après sa publication, il compte parmi les livres les plus traduits, les plus vendus, les plus discutés et débattus au cours de l’histoire l’humanité. Pour qui veut comprendre en quoi consiste vraiment le capitalisme et de même pourquoi les salariés doivent lutter pour une «forme supérieure de société, dont le principe fondamental soit le plein et libre développement de chaque individu», Le Capital est, aujourd’hui plus que jamais, une lecture qui simplement s’impose.

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Como nació El Capital de Marx

La obra que, quizás más que ninguna otra, ha contribuido a cambiar el mundo en los últimos ciento cincuenta años, tuvo una gestación larga y muy difícil.

Marx comenzó a escribir El Capital sólo muchos años después de comenzar sus estudios de economía política. Si ya desde 1844 había criticado la propiedad privada y el trabajo alienado de la sociedad capitalista, fue sólo después del pánico financiero de 1857 -que comenzó en Estados Unidos y luego se extendió a Europa-, cuando se sintió obligado a dejar a un lado su incesante investigación y comenzar a redactar lo que llamaba su “Economía”.

La crisis, los Grundrisse y la pobreza
Con el inicio de la crisis, Marx anticipó el nacimiento de una nueva fase de convulsiones sociales y consideró que lo más urgente era proporcionar al proletariado la crítica del modo de producción capitalista, un requisito previo para superarlo. Así nacieron los Grundrisse, ocho gruesos cuadernos en los que, entre otras cosas, examinó las formaciones económicas precapitalistas y describió algunas características de la sociedad comunista, subrayando la importancia de la libertad y el desarrollo de los individuos. El movimiento revolucionario que creía que surgiría a causa de la crisis se quedó en una ilusión, y Marx no publicó sus manuscritos, consciente de hasta qué punto estaba todavía lejos del dominio total de los temas a los que se enfrentaba. La única parte publicada, después de una profunda reelaboración del “Capítulo sobre el dinero”, fue la Contribución a la crítica de la economía política , un texto distribuido en 1859 y que fue revisado por una sola persona: Engels.

El proyecto de Marx era dividir su obra en seis libros. Deberían haberse dedicado a: el capital, la propiedad de la tierra, el trabajo asalariada, el estado, el comercio exterior y el mercado mundial. Sin embargo, cuando en 1862, como resultado de la guerra de secesión estadounidense, el New York Tribune despidió a sus colaboradores europeos, Marx -que había trabajado para el periódico estadounidense durante más de una década- y su familia volvieron a vivir en condiciones de terrible pobreza, las mismas que habían padecido durante los primeros años de su exilio en Londres. Sólo tenía la ayuda de Engels, a quien escribía: “Todos los días mi esposa me dice que preferiría yacer en la tumba con las chicas y, en verdad, no puedo culparla dadas las humillaciones y sufrimientos que estamos padeciendo, realmente indescriptibles”. Su condición era tan desesperada que, en las semanas más negras, faltaba comida para las hijas y papel para escribir. También buscó empleo en una oficina de los ferrocarriles inglesa. El puesto, sin embargo, le fue negado debido a su mala letra. Por lo tanto, para hacer frente a la indigencia, la obra de Marx estuvo sujeta a grandes retrasos.

La explicación de la plusvalía y el carbunco
Sin embargo, en este periodo, en un largo manuscrito titulado Teorías sobre la plusvalía, llevó a cabo una profunda crítica de la manera en que todos los grandes economistas habían tratado erróneamente la plusvalía como ganancia o renta. Para Marx, sin embargo, era la forma específica por la cual se manifiesta la explotación en el capitalismo. Los trabajadores pasan parte de su jornada trabajando para el capitalista de forma gratuita. Este último busca de todas las formas posibles generar plusvalía por medio del trabajo excedente: “No basta que el trabajador produzca en general, debe producir plusvalía”, es decir, servir a la autovaloración del capital. El robo de incluso unos pocos minutos de la comida o del descanso de cada trabajador significa transferir una enorme cantidad de riqueza a los bolsillos de los patrones. El desarrollo intelectual, el cumplimiento de las funciones sociales, y los días festivos son para el capital “puras y simples fruslerías”. “Après moi le déluge!” era también para Marx -aunque al tratar la cuestión ecológica (que abordó como pocos autores de su época)- el lema de los capitalistas, aunque pudieran, hipócritamente, oponerse a la legislación sobre las fábricas en nombre de la “libertad plena del trabajo”. La reducción de la jornada de trabajo, junto con el aumento del valor de la fuerza de trabajo, fue, por tanto, el primer terreno en el que tenía lugar la lucha de clases.

En 1862, Marx eligió el título de su libro: “El Capital”. Creía que podía comenzar inmediatamente a redactarlo de una forma definitiva, pero a las ya graves vicisitudes financieras se sumaron muy graves problemas de salud. De hecho, lo que su esposa Jenny describió como “la terrible enfermedad”, contra la cual Marx tendría que luchar muchos años de su vida. Sufría de carbunco, una horrible infección que se manifiesta al inicio en varias partes del cuerpo con una serie de abscesos cutáneos y una extensa y debilitante forunculosis. Debido a una pápula profunda, seguida por la aparición de una red de vesículas ulcerantes, Marx fue operado y “su vida permaneció durante mucho tiempo en peligro”. Su familia estaba más que nunca al borde del abismo.

El Moro (éste era su apodo), sin embargo, se recuperó y, hasta diciembre de 1865, se dedicó a escribir lo que se convertiría en su auténtica obra magna. Además, desde el otoño de 1864, asistió asiduamente a las reuniones de la Asociación Internacional de Trabajadores, para la que había escrito durante ocho años los principales documentos políticos. Estudiar durante el día en la biblioteca, para ponerse al corriente de los nuevos descubrimientos, y seguir trabajando en su manuscrito de la noche a la mañana: esta fue la agotadora rutina a la que se sometió Marx hasta el agotamiento de todas sus energía y el agotamiento de su cuerpo.

Un todo artístico
Aunque había reducido su proyecto inicial de seis libros a tres volúmenes sobre El Capital, Marx no quiso abandonar su propósito de publicarlos todos juntos. De hecho, le escribió a Engels: “No puedo decidir de que prescindir antes de que todo esté frente a mí, sean cuales sean los defectos que puedan tener, este es el valor de mis libros: todos forman un todo artístico, alcanzable sólo gracias a mi sistema de no entregarlo al impresor antes de tenerlo toda delante de mí”. El dilema de Marx – “corregir una parte del manuscrito y entregarlo al editor o terminar de escribir todo primero” – fue resuelto por los acontecimientos. Marx sufrió otro ataque bestial de carbunclo, el más virulento de todos, y su vida estuvo en peligro. A Engels le contó que había “perdido la piel”; los médicos le dijeron que las causas de su recaída eran el exceso de trabajo y las continuas vigilias nocturnas: “la enfermedad viene de la cabeza”. Como resultado de estos acontecimientos, Marx decidió concentrarse únicamente en el único Libro Uno, el relacionado con el “Proceso de Producción del Capital”.

Sin embargo, los forúnculos siguieron atormentándolo, y durante semanas. Marx ni siquiera podía sentarse. Incluso intentó operarse solo. Se procuró una navaja muy afilada y le dijo a Engels que había intentado extirparse aquella maldita cosa. Esta vez, la culminación de su obra no se vio postergada debido a la “teoría” sino por “razones físicas y burguesas”.

Cuando, en abril de 1867, el manuscrito fue finalmente terminado, Marx le pidió a su amigo de Manchester, que le había estado ayudando durante veinte años, que le enviara dinero para poder recuperar “la ropa y el reloj que se encuentran en la casa de empeño”. Marx había sobrevivido con el mínimo indispensable y sin esos objetos no podía viajar a Alemania, donde le esperaban para entregar el manuscrito a la imprenta.

La corrección del borrador duró todo el verano y Engels le señaló que la exposición de la forma del valor era demasiado abstracta y “se resentía de la persecución de los forúnculos”, Marx respondió, “espero que la burguesía se acuerde de mis forúnculos hasta el día de su muerte”.

El Capital fue puesto a la venta el 11 de septiembre de 1867. Un siglo y medio después de su publicación, figura entre los libros más traducidos, vendidos y discutidos en la historia de la humanidad. Para aquellos que quieren entender lo que realmente es el capitalismo, y porque los trabajadores deben luchar por una “forma superior de sociedad cuyo principio fundamental sea el desarrollo pleno y libre de cada individuo”, El Capital es hoy más que nunca una lectura simplemente imprescindible.

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La durezza del Capitale

L’opera che, forse più di qualunque altra, ha contribuito a cambiare il mondo, negli ultimi centocinquant’anni, ebbe una lunga e difficilissima gestazione.

Marx cominciò a scrivere Il capitale solo molti anni dopo l’inizio dei suoi studi di economia politica. Se egli aveva criticato la proprietà privata e il lavoro alienato della società capitalistica già a partire dal 1844, fu solo in seguito al panico finanziario del 1857, iniziato negli Stati Uniti e poi diffusosi anche in Europa, che si sentì obbligato a mettere da parte le sue incessanti ricerche e iniziare a redigere quella che chiamava la sua “Economia”.

La crisi, i Grundrisse e la povertà
Con l’insorgere della crisi, Marx presagì la nascita di una nuova stagione di rivolgimenti sociali e ritenne che la cosa più urgente da fare fosse quella di fornire al proletariato la critica del modo di produzione capitalistico, presupposto essenziale per il suo superamento. Nacquero così i Grundrisse, otto corposi quaderni nei quali, tra le altre tematiche, egli prese in esame le formazioni economiche precapitalistiche e descrisse alcune caratteristiche della società comunista, sottolineando l’importanza della libertà e dello sviluppo dei singoli individui. Il movimento rivoluzionario, che egli credeva sarebbe sorto a causa della crisi, restò un’illusione e Marx non pubblicò i suoi manoscritti, consapevole di quanto fosse ancora lontano dalla piena padronanza degli argomenti affrontati. L’unica parte data alle stampe, dopo una profonda rielaborazione del “Capitolo sul denaro”, fu Per la critica dell’economia politica, testo che uscì nel 1859 e che venne recensito da una sola persona: Engels.

Il progetto di Marx era quello di dividere la sua opera in sei libri. Essi avrebbero dovuto essere dedicati a: capitale, proprietà fondiaria, lavoro salariato, Stato, commercio estero, mercato mondiale. Quando, però, nel 1862, a causa della guerra di secessione americana, la New-York Tribune licenziò i suoi collaboratori europei, Marx – che aveva lavorato per il quotidiano americano per oltre un decennio – e la sua famiglia ritornarono a vivere in condizioni di terribile povertà, le stesse patite durante i primi anni del loro esilio londinese. Egli non aveva che l’aiuto di Engels, al quale scrisse: “ogni giorno mia moglie mi dice che vorrebbe essere nella tomba con le bambine e, in verità, non posso fargliene una colpa, poiché le umiliazioni e le pene che stiamo subendo sono davvero indescrivibili”. La sua condizione era così disperata che, nelle settimane più buie, vennero a mancare il cibo per le figlie e la carta per scrivere. Cercò anche di ottenere un impiego in un ufficio delle ferrovie inglesi. Il posto, però, gli venne negato a causa della sua pessima grafia. Pertanto, per poter fare fronte all’indigenza, il lavoro di Marx continuò a subire grandi ritardi.

La spiegazione del plusvalore e il carbonchio
Ciò nonostante, in questo periodo, in un lunghissimo manoscritto intitolato Teorie sul plusvalore, egli compì un’accuratissima disamina critica del modo in cui tutti i maggiori economisti avevano erroneamente trattato il plusvalore come profitto o rendita. Per Marx, invece, esso costituiva la forma specifica mediante la quale si manifesta lo sfruttamento nel capitalismo. Gli operai trascorrono una parte della loro giornata a lavorare gratuitamente per il capitalista. Quest’ultimo cerca in tutti i modi di generare plusvalore mediante il pluslavoro: “non basta più che l’operaio produca in generale, deve produrre plusvalore”, ovvero deve servire all’autovalorizzazione del capitale. Il furto di anche solo pochi minuti sottratti al pasto o al riposo di ogni lavoratore significa lo spostamento di un’immensa mole di ricchezza nelle tasche dei padroni. Lo sviluppo intellettuale, l’adempimento di funzioni sociali, il tempo festivo sono per il capitale “fronzoli puri e semplici”. ” Après moi le déluge!” era per Marx – anche in considerazione della questione ecologica (da lui presa in considerazione come pochi altri autori del suo tempo) – il motto dei capitalisti, anche se poi, ipocritamente, si opponevano alla legislazione sulle fabbriche in nome della “piena libertà del lavoro”. La riduzione dei tempi della giornata lavorativa, assieme all’aumento del valore della forza-lavoro, costituivano, dunque, il primo terreno sul quale andava combattuta la lotta di classe.

Nel 1862, Marx scelse il titolo per il suo libro: “Il capitale”. Egli credeva di poter dare subito inizio alla stesura in forma definitiva, ma alle già durissime vicissitudini finanziarie si aggiunsero i gravissimi problemi di salute. Comparve, infatti, quella che la moglie Jenny definì “la terribile malattia”, contro la quale Marx avrebbe dovuto lottare per molti anni della sua vita. Egli fu affetto dal carbonchio, un’orrenda infezione che si manifestava con l’insorgenza, in più parti del corpo, di una serie di ascessi cutanei e di estese, debilitanti foruncolosi. A causa di una profonda ulcera, seguita alla comparsa di un grande favo, Marx fu operato e “rimase, per parecchio tempo, in pericolo di vita”. La sua famiglia fu, più che mai, sull’orlo dell’abisso.

Il Moro (era questo il suo soprannome), però, si riprese e, fino al dicembre del 1865, realizzò la vera e propria stesura di quello che sarebbe diventato il suo magnum opus. Inoltre, a partire dall’autunno del 1864, partecipò assiduamente alle riunioni dell’Associazione Internazionale dei Lavoratori, per la quale redasse, durante otto intensissimi anni, tutti i principali documenti politici. Studiare di giorno in biblioteca, per mettersi al passo con le nuove scoperte, e portare avanti il suo manoscritto nel corso della notte: fu questa la sfibrante routine alla quale si sottopose Marx fino all’esaurimento di ogni energia e allo sfinimento del suo corpo.

Un tutt’uno artistico
Anche se aveva ridotto il suo progetto iniziale di sei libri a tre volumi sul capitale, Marx non voleva abbandonare il proposito di pubblicarli tutti insieme. Scrisse, infatti, a Engels: “non posso decidermi a licenziare nulla prima che il tutto mi stia davanti. Quali che siano i difetti che possono avere, questo è il pregio dei miei libri: essi costituiscono un tutt’uno artistico, risultato raggiungibile soltanto grazie al mio sistema di non darli alle stampe prima che io li abbia interamente davanti a me”. Il dilemma di Marx – “ripulire una parte del manoscritto e consegnarla all’editore o finire di scrivere prima tutto completamente” – venne risolto dagli eventi. Marx fu colpito da un altro attacco di carbonchio, il più virulento di tutti, e fu in pericolo di vita. A Engels raccontò che ne era “andata della pelle”; i medici gli avevano detto che le cause della sua ricaduta erano stati l’eccesso di lavoro e le continue veglie notturne: “la malattia veniva dalla testa”. A seguito di questi avvenimenti, Marx decise di concentrarsi sul solo Libro Primo, quello inerente il “Processo di produzione del capitale”.

Tuttavia, i favi continuarono a tormentarlo e, per intere settimane, Marx non fu nemmeno in grado di stare seduto. Egli tentò persino di operarsi da solo. Si procurò un rasoio ben affilato e raccontò a Engels di essersi “estirpato lui stesso quella cosa dannata”. Stavolta, il completamento dell’opera non venne procrastinato a causa “della teoria”, ma per “ragioni fisiche e borghesi”.

Quando, nell’aprile del 1867, il manoscritto venne finalmente ultimato, Marx chiese all’amico di Manchester – che l’aveva aiutato incessantemente per un ventennio – di inviargli il denaro per poter disimpegnare “il vestiario e l’orologio che si trovano al Monte dei pegni”. Marx era sopravvissuto con il minimo indispensabile e senza quegli oggetti non poteva partire per la Germania, dove era atteso per la consegna del manoscritto da dare alle stampe.

Le correzioni delle bozze si protrassero per tutta l’estate e quando Engels fece notare a Marx che l’esposizione della forma del valore risultava troppo astratta e che “risentiva della persecuzione dei foruncoli”, questi gli rispose: “spero che la borghesia si ricorderà dei miei favi fino al giorno della sua morte”.

Il capitale venne messo in commercio l’11 Settembre del 1867. Un secolo e mezzo dopo la sua pubblicazione, esso è annoverato tra i libri più tradotti, venduti e discussi della storia dell’umanità. Per quanti vogliono comprendere cosa sia davvero il capitalismo, e anche perché i lavoratori devono lottare per una “forma superiore di società, il cui principio fondamentale sia lo sviluppo pieno e libero di ogni individuo”, Il capitale è, oggi più che mai, una lettura semplicemente imprescindibile.

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‘Hoffe ich, daß die Bourgeoisie ihr ganzes Leben lang an meine Karbunkeln denken wird’

1. Der Schreibprozess und die drei Bände
Nach den „Theorien über den Mehrwert“ (1861-63) biss Marx die Zähne zusammen und trat in eine neue Arbeitsphase ein. Im Sommer des Jahres 1863 begann er die Grundlegung des Werks, das sein opus magnum [1] (Heinrich 2011) werden sollte.

Bis Dezember 1865 hatte er sich den umfangreichsten Versionen der verschiedenen Unterabteilungen gewidmet, die Skizzen für den ersten Band vorbereitet und den Hauptteil des dritten (seine einzige Darstellung des kompletten Prozesses der kapitalistischen Produktion) bereits besorgt. Die ersten Entwürfe für den zweiten Teil, seine erste grundlegende Darstellung der Kapitalzirkulation, standen ebenso. In Abänderung des in seinem Vorwort zu „Zur Kritik der Politischen Ökonomie“ von 1859 angekündigten Sechs-Bände-Plans fügte Marx in das Konzept für Band I jetzt einige Themen wie Bodenrente und Löhne ein, die ursprünglich in Band II und III hätten behandelt werden sollen. Mitte August 1863 informierte Marx Engels über seine Fortschritte: „Mit meiner Arbeit (dem Manuskript für den Druck) geht es in einer Hinsicht gut voran. Die Sachen nehmen bei der letzten Ausarbeitung, wie es mir scheint, eine erträglich populäre Form an, einige unvermeidliche G – W und W – G abgerechnet. Andrerseits, obgleich ich den ganzen Tag schreibe, geht’s nicht so rasch vom Fleck, wie meine eigne längst auf die Geduldprobe gestellte Ungeduld wünscht. Jedenfalls wird es 100 p. c. leichter verständlich als Nr. 1.“ [2] (MEW 30: 368; Marx an Engels 15.8.1863)

Marx hielt das Tempo den ganzen Herbst hin durch und widmete sich zur Gänze dem ersten Band. Doch seine Gesundheit verschlechterte sich zusehends und als Folge machte er im November Bekanntschaft mit dem, was seine Frau „die schreckliche Krankheit“ nennen sollte, mit der er den Rest seines Lebens würde kämpfen müssen. Es handelte sich um einen Fall von Karbunkeln, einer schwerwiegenden Infektion, die in Form von Abszessen und hartnäckigen Eiterbeulen auftrat, die über den ganzen Körper verteilt den Kranken lähmten und fürchterliche Schmerzen verursachten.

Als Folge eines tiefen Geschwürs musste sich Marx einer gefährlichen Operation unterziehen und bewegte sich für längere Zeit am Rande des Todes. Wie Jenny Marx später berichtete, dauerte sein kritischer Zustand „vier volle Wochen“ an und war mit heftigsten körperlichen Schmerzen verbunden. Zugleich quälten ihn „die nagendsten Sorgen, geistige[n] Foltern aller Art“ [3]. Nicht zuletzt weil die Krankheit die prekäre finanzielle Situation von Marx Familie noch verschärfte.

Anfang Dezember befand sich Marx bereits auf dem Weg der Besserung und er konnte Engels berichten, dass er „mit einem Fuß unter Erde“ gestanden habe und zwei Tage später, dass seine körperliche Verfassung ein „gutes Thema für eine Novelle“ sein würde (MEW 30: 375; Marx an Engels 2.12.1863). „Vorn den Mann, der his inner man mit Port, Bordeaux, Stout und massivsten Fleischmassen regaliert. (…) Aber hinten auf dem Buckel der outer man, verdammter Karbunkel.“ (Ebd.: 378; Marx an Engels 4.12.1863)

Nachdem Marx im Herbst 1864 eine Pause wegen seiner Verpflichtungen bei der Internationale eingelegt hatte, nahm er die Arbeit am dritten Abschnitt des Dritten Bandes wieder auf unter dem Titel: „Gesetz des tendenziellen Falls der Profitrate“. Januar bis Mai 1865 widmete sich Marx Band II. Das Manuskript war in drei Kapitel eingeteilt, die später in Engels Überarbeitung von 1885 zu Abschnitten wurden: „Erster Abschnitt: Die Metamorphosen des Kapitals“, „Zweiter Abschnitt: Der Umschlag des Kapitals“ und „Dritter Abschnitt: Die Reproduktion und Zirkulation des gesellschaftlichen Gesamtkapitals“. Auf diesen Seiten entwickelte Marx neue Konzepte und verband einige der theoretischen Überlegungen aus Band I und III.

Letztlich drängte ihn auch sein Vertrag mit dem Verleger dazu, die fehlenden Abschnitte so schnell wie möglich zu komplettieren. Hier war Wilhelm Strohn, ein alter Genosse aus den Tagen des Bundes der Kommunisten, der Vermittler. In dem Marx durch Strohn am 9. Februar 1865 übermittelten Vertragsentwurf über die Veröffentlichung des Werks „Das Kapital. Ein Beitrag zur Kritik der Politischen Ökonomie“ hieß es, das Werk solle ungefähr 50 Bögen[4] umfassen und in zwei Bänden erscheinen. Der Entwurf legte in §8 fest, dass das Manuskript „spätestens Ende Mai dieses Jahres“ abzuliefern sei. Marx gelang es aber in den in den weiteren Verhandlungen mit Meißner, diese Festlegung auszuhebeln, wie er Engels später mitteilte (ebd. 31: 269; Marx an Engels 17.12.1866), und einen größeren Umfang auszuhandeln (ebd. 31: 134; Marx an Engels 5.8.1865).[5]

Ende Juli 1865 teilte er Engels den Stand der Dinge mit: „Es sind noch 3 Kapitel zu schreiben, um den theoretischen Teil (die 3 ersten Bücher) fertigzumachen. Dann ist noch das 4. Buch, das historisch-literarische, zu schreiben, was mir relativ der leichteste Teil ist, da alle Fragen in den 3 ersten Büchern gelöst sind, dies letzte also mehr Repetition in historischer Form ist. Ich kann mich aber nicht entschließen, irgend etwas wegzuschicken, bevor das Ganze vor mir liegt. Whatever shortcomings they may have, das ist der Vorzug meiner Schriften, daß sie ein artistisches Ganzes sind, und das ist nur erreichbar mit meiner Weise, sie nie drucken zu lassen, bevor sie ganz vor mir liegen.“ (MEW 31: 132; Marx an Engels 31.7.1865)

Doch bald schon zwingen ihn unaufschiebbare Verzögerungen und eine Reihe unglücklicher Vorfälle, seine Arbeitsweise zu überdenken: Vielleicht, so fragte sich Marx, wäre es angebrachter, zuerst den Band I fertig zu stellen, um ihn direkt zu veröffentlichen, anstatt alle Bücher des Werkes parallel zu abzuschließen. In einem weiteren Brief an Engels schreibt er, dass es sich für ihn gerade darum drehe, ob er einen guten Teil des Manuskripts bereits zum Verleger schicken oder erst alles zu Ende schreiben solle.

Obgleich er sich in der Folge dazu entschied, zuerst Band I in Angriff zu nehmen, wollte Marx die Arbeit an Band III nicht liegen lassen. Aber nach etwa einem Jahr endete eine kurze Phase ohne finanzielle Sorgen, die Marx ein schnelles Vorankommen erlaubt hatte, und neben den pekuniären Schwierigkeiten verschlechterte sich auch sein Gesundheitszustand im Laufe des Sommers.

2. Die Fertigstellung von Band I
Zu Beginn des Jahres 1866 stürzte sich Marx in die neuen Entwürfe zum ersten Band des „Kapital“. Im Januar schrieb er Wilhelm Liebknecht über seine Fortschritte: „Unwohlsein, immer periodisch retournierend, Pech durch allerlei Zufälle, Inanspruchgenommenheit durch die ‚International Association’ usw. haben alle meine freien Momente für Reinschrift meines Manuskripts konfisziert.“ (Ebd.: 497; Marx an Wilhelm Liebknecht 15.1.1866) Dennoch wähnte sich Marx am Ende seiner Arbeit und nahm an, „Band I für den Druck dem Buchhändler selbst im März“ bringen zu können (ebd.). Weiterhin, fügte er hinzu, werde „das Ganze, die beiden Bände (…), gleichzeitig erscheinen“ (ebd.). In einem anderen Brief vom gleichen Tag an Kugelmann heißt es, „was meine Schrift angeht, so bin ich 12 Stunden per Tag mit ihrer Reinschrift beschäftigt.“ Er hoffe, sie persönlich innerhalb zweier Monate („im März“) an den Verleger nach Hamburg bringen zu können (ebd.: 496; Marx an Ludwig Kugelmann 15.1.1866)

Entgegen seinen Vorhersagen verging ein ganzes Jahr im Kampf mit den Karbunkeln. Ende Januar 1866 informierte seine Frau Jenny den alten Kampfgefährten Johann Phillip Becker, dass ihr Mann „wieder an der frühern gefährlichen und höchst schmerzhaften Krankheit“ leide (ebd.: 586; Jenny Marx an Johann Philipp Becker 29.1.1866). Diesmal sei es noch schlimmer für ihn, da es ihn von neuem bei der eben begonnenen Reinschrift seines Buches zurückgeworfen habe. Ihrer Ansicht nach resultierten die Karbunkel ausschließlich aus der Überarbeitung und den langen nächtlichen Stunden ohne Schlaf und Pause.

Nur wenige Tage später erlitt Marx den bis dato schlimmsten Anfall. Als er sich weit genug erholt hatte, um sich wieder ans Schreiben zu machen, gestand er Engels gegenüber: „Diesmal ging es um die Haut. Meine Familie wußte nicht, wie sérieux der cas war. Wenn sich das Zeug noch drei- bis viermal in derselben Form wiederholt, bin ich ein Mann des Todes. Ich bin wundervoll abgefallen und noch verdammt schwach, nicht im Kopf, sondern in Lende und Beine. Die Ärzte haben ganz recht, daß übertriebne Nachtarbeit die Hauptursache dieses Rückfalls. Aber ich kann den Herrn nicht die Ursachen mitteilen – was auch ganz zwecklos wäre, die mich zu dieser Extravaganz zwingen. In diesem Augenblick hab’ ich noch allerlei kleinen Nachwuchs am Leib, der schmerzlich, aber in keiner Art mehr gefährlich.“ (MEW 31: 174; Marx an Engels 10.2.1866)

Trotz alledem richteten sich Marx Gedanken in erster Linie auf die Aufgabe, die vor ihm lag: „Mir war das Ekelhafteste die Unterbrechung meiner Arbeit, die seit 1st January, wo mein Leberleiden verschwunden war, famos voranging. Von ‚Sitzen’ war natürlich keine Rede. (…) Aber liegend habe ich doch, wenn auch nur während kurzer Intervalle im Tag, fortgeschanzt. Mit dem eigentlich theoretischen Teil konnte ich nicht vorangehn. Dazu war das Hirn zu schwach. Ich habe daher den Abschnitt über den ‚Arbeitstag’ historisch ausgeweitet, was außer meinem ursprünglichen Plan lag.“ (Ebd.) Marx schloss den Brief mit einer Sentenz, die ganz gut als Motto über jener Periode seines Lebens stehen könnte: „meine Schreibzeit gehört ganz meinem Werk.“ (Ebd.: 175) Wie sehr sollte dies für 1866 gelten!

Engels war in höchstem Maße alarmiert. Er befürchtete das Schlimmste und bemühte sich energisch, den Freund zu überzeugen, dass er so nicht mehr weitermachen könne: „Du mußt wirklich endlich etwas Vernünftiges tun, um aus diesem Karbunkelkram herauszukommen, selbst wenn das Buch dadurch noch 3 Monate verzögert würde. Die Sache wird wahrhaftig zu ernsthaft, und wenn Dein Gehirn, wie Du selbst sagst, nicht für die theoretischen Sachen up to the mark ist, so laß es doch etwas ausruhen von der höheren Theorie. Laß das Nachtsarbeiten einige Zeit sein und führe eine etwas regelmäßigere Lebensweise.“ (Ebd.: 176; Engels an Marx 10.2.1866)

Engels erbat in Manchester umgehend Rat bei dem befreundeten Arzt Dr. Gumpert, der eine weitere Arsenik-Kur empfahl, drang jedoch gleichzeitig darauf, dass Marx von der unrealistischen Idee Abstand nehmen solle, das ganze „Kapital“ fertig zu schreiben, bevor auch nur ein Teil davon veröffentlicht sei. „Kannst Du es nicht so einrichten“, bat er Marx, „daß wenigstens der erste Band zuerst zum Druck geschickt wird und der zweite ein paar Monate später?“ Er schloss seine Überlegungen mit einer vorausschauenden Beobachtung: „Was kann es da helfen, daß vielleicht ein paar Kapitel am Ende Deines Buchs fertig sind und nicht einmal ein erster Band zum Druck kommen kann, wenn wir überrascht werden von den Ereignissen?“ (Ebd: 177)

Marx antwortete dem Freund auf alle Punkte, schwankte dabei aber zwischen ernstem und scherzhaftem Ton. In Bezug auf das Arsenik schrieb er: „Sage oder schreibe dem Gumpert, er solle mir das Rezept mit Gebrauchsanweisung schicken. Da ich das Vertrauen in ihn habe, schuldet er schon dem Besten der ‚Politischen Ökonomie’, professionelle Etikette zu übersehn und mich von Manchester aus zu behandeln.“ (Ebd. 178; Marx an Engels 13.2.1866). In Bezug auf seine Arbeit antwortete er: „Was dies ‚verdammte’ Buch betrifft, so steht es so: Es wurde fertig Ende Dezember. Die Abhandlung über die Grundrente allein, das vorletzte Kapitel, bildet beinahe, in der jetzigen Fassung, ein Buch[6] . Ich ging bei Tag aufs Museum und schrieb nachts. Die neue Agrikulturchemie in Deutschland, speziell Liebig und Schönbein, die wichtiger für diese Sache als alle Ökonomen zusammengenommen, andrerseits das enorme Material, das die Franzosen seit meiner letzten Beschäftigung mit diesem Punkt darüber geliefert hatten, mußte durchgeochst werden. Ich schloß meine theoretischen Untersuchungen über die Grundrente vor 2 Jahren. Und grade in der Zwischenzeit war vieles, übrigens ganz meine Theorie bestätigend, geleistet worden. Auch der Aufschluß von Japan (ich lese sonst im Durchschnitt, wenn nicht professionell genötigt, niemals Reisebeschreibungen) war hier wichtig. Daher das ‚shifting system’ [Schichtsystem], wie es die englischen Fabrikhunde von 1848-50 an denselben Personen anwandten, auf mich von mir selbst angewandt.“ (Ebd. 178; Marx an Engels 13.2.1866)

Um das Buch rechtzeitig fertig zu stellen legte sich Marx ein eiserneres Pensum auf: Tagsüber arbeitete er in der Bibliothek, um mit den neusten Entwicklungen und Entdeckungen Schritt zu halten, des Nachts vergrub er sich in sein Manuskript. Über die Hauptaufgabe berichtete er Engels: „Obgleich fertig, ist das Manuskript, riesig in seiner jetzigen Form, nicht herausgebbar für irgend jemand außer mir, selbst nicht für Dich.“ (Ebd.). Über die vorhergegangenen Wochen schrieb er ihm: „Ich begann die Abschreiberei und Stilisierung Punkt ersten Januar, und die Sache ging sehr flott voran, da es mir natürlich Spaß macht, das Kind glattzulecken nach so vielen Geburtswehn. Aber dann kam wieder der Karbunkel dazwischen, so daß ich bis jetzt nicht weitergehn, sondern nur tatsächlich ausfüllen konnte, was nach dem Plan schon fertig war.“ (Ebd.: 179)

Schließlich nahm er Engels Ratschlag an, den Veröffentlichungs-Plan zu modifizieren: „Im übrigen stimme ich mit Deiner Ansicht überein und bringe den ersten Band, sobald er fertig, zu Meißner. Doch muß ich zum Fertigmachen wenigstens sitzen können.“ (Ebd.)

Tatsächlich ging es Marx von Tag zu Tag schlechter. Gegen Ende Februar hatten sich zwei neue Karbunkel gebildet und er versuchte vergeblich, sie selbst zu behandeln. Engels erzählte er, dass er mit einem „scharfe[n] Rasiermesser“ den „obern“ aufgeschnitten hatte, und den „Karbunkel nun als begraben“ betrachtete, „obgleich it still wants some nursing“ (Ebd.: 182; Marx an Engels 20.2.1866). Der „untere“ wiederum entziehe sich seiner „Kontrolle“ und sollte „diese Schweinerei voran[gehen]“ müsse er natürlich seinen Arzt Allen kommen lassen da er unfähig sei „infolge des locus des Hundes“, ihn selbst zu behandeln (ebd.).

Diese grässlichen Details ließen Engels keine Ruhe; er fühlte sich genötigt, den Freund zu rügen – heftiger als er es jemals getan hatte: „… kein Mensch kann diese chronische Karbunkelgeschichte auf die Dauer aushalten, abgesehen davon, daß endlich einmal einer auftreten kann, der eine solche Gestalt annimmt, daß Du daran zum Teufel gehst. Und wo ist dann Dein Buch und Deine Familie?“ (Ebd.: 184; Engels an Marx 22.2.1866). Um Marx etwas Erleichterung zu verschaffen, versprach er für ihn jedes finanzielle Opfer zu bringen. Er bat ihn, vernünftig zu sein und die Arbeit fürs erste komplett ruhen zu lassen, bis sich sein Gesundheitszustand verbessert habe.

Schließlich überzeugte das Marx, eine Pause einzulegen. Am 15. März reiste er nach Margate, einem Kurort bei Kent und meldete am zehnten Tag an Engels: „Ich lese nichts, schreibe nichts. Schon des dreimaligen Arseniks im Tag wegen muß man Mahlzeiten und die Zeiten des Herumbummelns an der See und auf den nachbarlichen hills so einrichten, daß man ‚keine Zeit’ findet zu andern Dingen (…) Was den geselligen Verkehr hier angeht, so existiert er natürlich nicht. Ich kann singen mit dem milier of the Dee: ‚I care for nobody and nobody cares for me.’” (Ebd.: 193; Marx and Engels 24.3.1866)

Anfang April erzählte Marx seinem Freund Kugelmann, dass er sich „sehr erholt habe“. Zugleich beschwerte er sich, durch die Unterbrechung seien „wieder mehr als zwei Monate – Februar, März und Hälfte April vollständig für mich verlorengegangen, und die Fertigmachung meines Buchs wieder in die Länge geschoben!“ (Ebd.: 514; Marx an Ludwig Kugelmann 6.4.1866) Nach seiner Rückkehr nach London musste die Arbeit noch mal einige Woche ruhen, da er von Rheumatismus und anderen Beschwerden heimgesucht wurde. Auch wenn er Engels Anfang Juni berichten konnte, dass „nichts Karbunkelhaftes“ (ebd. 222; Marx an Engels 7.6.1866) mehr erschienen sei, beklagte er sich doch, dass seine Arbeit sich allein durch körperliche Gebrechen verzögert habe.

Im Juli machten sich dann wieder die drei altbekannten Feinde bemerkbar: Livius’ „periculum in mora“ („Gefahr im Verzuge“) in Form wachsender Mietrückstände, die Karbunkel, von denen sich bereits ein neuer ankündigte, und eine marodierende Leber. Im Folgemonat versicherte Marx Engels, dass er sich – trotz schwankender Gesundheit („täglich auf und ab“, ebd.: 247; Marx an Engels 7.8.1866) –, insgesamt besser fühle; das Gefühl, „wieder arbeitsfähig zu sein“, tue viel für einen Mann. Es bedrohten ihn „hier und da neue Karbunkelanfänge aber sie verschwinden immer wieder“, sie zwängen ihn allerdings, seine Arbeitsstunden „sehr within limits“ zu halten. (Ebd.: 253; Marx an Engels 23.8.1866). Am gleichen Tag noch schrieb er an Kugelmann: „[Ich] glaube […] nicht, daß ich vor Oktober das Manuskript des ersten Bands (es werden jetzt 3 Bände) nach Hamburg bringen kann. Ich kann nur sehr wenige Stunden per Tag produktiv arbeiten, ohne es gleich körperlich zu spüren…“ (Ebd.: 520; Marx an Ludwig Kugelmann 23.8.1866)

Auch diesmal war Marx viel zu optimistisch. Der andauernde Strom negativer Ereignisse, denen er täglich im Kampf ums Überleben ausgesetzt war, erwies sich abermals als Hindernis auf dem Weg zur Fertigstellung seines Textes. Darüber hinaus hatte er wertvolle Zeit verloren, weil er immer wieder zum Pfandhaus laufen musste, um dem Teufelskreis aus Schuldscheinen zu entkommen, in dem er sich verfangen hatte.

Mitte Oktober gestand Marx Kugelmann seine Angst, der langen Krankheit wegen und aufgrund all der Kosten, die diese mit sich gebracht hatte, die Schuldner nicht länger hinhalten zu können; es stehe ihm „daher Zusammenbruch des Hauses über dem Kopf bevor“ (ebd.: 533: Marx an Ludwig Kugelmann 13.10.1866). Nachdem er Kugelmann seine Lage geschildert hatte, eröffnete Marx ihm gegenüber einen Plan, den er gefasst hatte (ebd.: 534):

„Meine Umstände (körperliche und bürgerliche Unterbrechungen ohne Unterlaß) veranlassen, daß der Erste Band zuerst erscheinen muß, nicht beide auf einmal, wie ich zuerst beabsichtigte. Auch werden es jetzt wahrscheinlich 3 Bände.
Das ganze Werk zerfällt nämlich in folgende Teile:
Buch I. Produktionsprozeß des Kapitals.
Buch II. Zirkulationsprozeß des Kapitals.
Buch III. Gestaltung des Gesamtprozesses.
Buch IV. Zur Geschichte der Theorie.
Der erste Band enthält die 2 ersten Bücher.
Das 3te Buch, denke ich, wird den zweiten Band füllen, das 4te den 3.“

Indem er seine Arbeit seit „Zur Kritik der Politischen Ökonomie“ (1859) noch einmal Revue passieren ließ, fuhr Marx fort: „Ich habe es für nötig erachtet, in dem ersten Buch wieder ab vorn zu beginnen, d.h. meine bei Duncker erschienene Schrift in einem Kapitel über Ware und Geld zu resümieren. Ich hielt das für nötig, nicht nur der Vollständigkeit wegen, sondern weil selbst gute Köpfe die Sache nicht ganz richtig begriffen, also etwas Mangelhaftes an der ersten Darstellung sein mußte, speziell der Analyse der Ware.“ (Ebd. )

Wie der vorangegangene Monaten war der November geprägt von extremer Armut. Gegenüber Engels schilderte Marx: „Ich bin durch alles das nicht nur sehr in der Arbeit unterbrochen worden, sondern habe mir auch, da ich die bei Tag verlorene Zeit bei Nacht wieder aufmachen wollte, einen schönen Karbunkel nicht weit vom penis wieder zugezogen.“ (Ebd.: 262; Marx an Engels 8.11.1866). Zugleich bestand er darauf, dass es „in diesem Sommer und Herbst nicht die Theorie, die die Verzögerung bewirkt, sondern die körperlichen und bürgerlichen Verhältnisse“ waren, die seine Arbeit aufhielten (ebd.). Wenn er bei guter Gesundheit gewesen wäre, hätte er seine Arbeit komplettieren können. Er erinnerte Engels daran, dass es gerade drei Jahre her war, „daß der erste Karbunkel operiert wurde“ (ebd.: 263; Marx an Engels 10.11.1866), Jahre in denen er nur in „kurzen Intervallen“ frei von ihnen gewesen sei. Im Dezember fügte er in Bezug auf seinen täglichen Kampf mit der Armut hinzu: „Ich bedaure nur, daß Privatpersonen nicht mit demselben Anstand can file their bills for the Bankruptcy Court wie Kaufleute.“ (Ebd.: 266; Marx an Engels 8.12.1866)

Den ganzen Winter hindurch änderte sich kaum etwas an der Situation, so dass im späten Februar 1867 Marx seinem Freund in Manchester (der ihm nie einen Gefallen abgeschlagen hatte) schrieb: „Ich habe Sonnabend (übermorgen) Exekution im Haus von einem Grocer [Krämer], wenn ich ihm nicht wenigstens 5 £ zahle. (…) Die Arbeit wird bald fertig sein und wäre es heute, wenn ich während der letzten Zeit nicht zu sehr herumgehetzt.“ (Ebd.: 277; Marx an Engels 21.2.1866)

Gegen Ende des Monats konnte Marx endlich die erhoffte Nachricht geben: Das lang ersehnte Buch war fertig. Nun musste er es nach Deutschland bringen. Das zwang ihn erneut, Engels um Geld anzugehen, um „Kleidungsstücke und Uhr, die im Pfandhaus wohnen, herausnehmen“ zu können (ebd.: 281; Marx an Engels 2.4.1867). Andernfalls wäre es ihm nicht möglich, abzureisen.
Nach Ankunft in Hamburg diskutierte Marx mit Engels den neuen Plan, den Meißner unterbreitet hatte: „Er will jetzt, daß das Buch in 3 Bänden erscheint. Er ist nämlich dagegen, daß ich das letzte Buch (den geschichtlich-literarischen Teil) konzentriere, wie ich es vorhatte. Er sagt, buchhändlerisch und für die ‚flache’ Lesermasse rechne er grade am meisten auf diesen Teil. Ich sagte ihm, in dieser Hinsicht ihm zur Verfügung zu stehn.“ (Ebd.: 288; Marx an Engels 13.4.1866).

Wenige Tage später schrieb er ähnliches an Becker: „Das ganze Werk erscheint in 3 Bänden. Der Titel ist: „Das Kapital. Kritik der Politischen Oekonomie“, Der erste Band umfaßt das Erste Buch: „ Der Produktionsprozeß des Kapitals„. Es ist sicher das furchtbarste Missile, das den Bürgern (Grundeigentümer eingeschlossen) noch an den Kopf geschleudert worden ist.“ (Ebd.: 541; Marx an Johann Phillip Becker 17.4.1866)

Nach einigen Tagen Aufenthalt in Hamburg fuhr Marx nach Hannover. Er blieb dort als Gast Kugelmanns, den er jetzt zum ersten Mal nach Jahren reiner Brieffreundschaft persönlich kennen lernte. Marx hielt sich für etwaige Hilfestellungen für Meißners Lektorat verfügbar. Er berichtete Engels, dass er sich außerordentlich erholt habe. „Keine Spur des alten Übels“ oder seiner „Leberanschläge“ seien zu entdecken. „Dazu“, so ergänzte er, „trotz schwerer Verhältnisse, guter Humor…“ (Ebd.: 291; Marx an Engels, 24.4.1867). Sein Freund antwortete aus Manchester: „Es ist mir immer so gewesen, als wenn dies verdammte Buch, an dem Du so lange getragen hast, der Grundkern von allem Deinem Pech war und Du nie heraus kommen würdest und könntest, solange dies nicht abgeschüttelt. Dies ewig unfertige Ding drückte Dich körperlich, geistig und finanziell zu Boden, und ich kann sehr gut begreifen, daß Du jetzt, nach Abschüttelung dieses Alps, Dir wie ein ganz andrer Kerl vorkommst…“ (Ebd.: 292; Engels an Marx 27.4.1867)

Marx war erpicht darauf, die kommende Veröffentlichung unter seinen Freunden bekannt zu machen. An Sigfried Meyer (1840-1872), einen deutschen Sozialisten aus der Internationalen, der in New York die Arbeiterbewegung organisierte, schrieb er: „Der Band I umfaßt den ‚ Produktionsprozeß des Kapitals’. … Band II gibt Fortsetzung und Schluß der Theorie, Band III die Geschichte der Politischen Ökonomie seit Mitte des 17. Jahrhunderts .“ (Ebd.: 542f,; Marx an Sigfried Meyer 30.4.1867)

Mitte Juni wurde Engels für die Korrektur des Textes für die Drucklegung hinzugezogen. Er äußerte, dass – verglichen mit der 1859 erschienen Schrift „der Fortschritt in der Schärfe der dialektischen Entwicklung sehr bedeutend“ sei (ebd.: 303; Engels an Marx 16.7.1867). Der Autor fühlte sich durch diese Bestätigung geschmeichelt: „Deine bisherige Satisfaktion ist mir wichtiger als anything die übrige Welt may say of it.“ (Ebd.: 305; Marx an Engels 22.7.1867). Allerdings merkte Engels an, dass Marx Einführung der Wertform übermäßig abstrakt und nicht klar genug formuliert sei, um auch den in theoretischen Abhandlungen unerfahrenen Lesern verständlich zu sein; auch betrübte ihn, „daß grade der wichtige zweite Bogen unter dem Karbunkeldruck leidet.“ (Ebd.: 304; Engels an Marx 16.7.1867). In seiner Antwort verfluchte Marx noch einmal jene körperlichen Gebrechen, die ihn während des Schreibens geplagt hatten – „Jedenfalls hoffe ich, daß die Bourgeoisie ihr ganzes Leben lang an meine Karbunkeln denken wird.“ (Ebd.: 305; Marx an Engels 22.7.1867) Gleichzeitig sah er ein, dass er für ein größerer Publikum schreiben müsse und plante einen Anhang, der die Entwicklung der Wertform klarer darstellen sollte. Ende Juni war dieser Anhang fertig gestellt.

Marx vervollständigte seine Korrekturen um zwei Uhr morgens am 1. August 1867. Nur wenige Minuten später setzte er einen Brief an seinen Freund in Manchester auf: „Eben den letzten Bogen (49.) des Buchs fertig korrigiert. […]. Bloß D i r verdanke ich es, daß dies möglich war! […] I embrace you, full of thanks!“ (Ebd.: 323; Marx an Engels 24.8.1867). Ein paar Tage später präsentierte Marx in einem weiteren Brief das, was seiner Ansicht nach die zwei Hauptpfeiler des Buches ausmachten: „1. (darauf beruht alles Verständnis der facts) der gleich im Ersten Kapitel hervorgehobne Doppelcharakter der Arbeit, je nachdem sie sich in Gebrauchswert oder Tauschwert ausdrückt; 2. Die Behandlung des Mehrwerts unabhängig von seinen besondren Formen als Profit, Zins, Grundrente etc.“ (Ebd.: 326; Marx an Engels 24.8.1867)

Der Verlag startete die Auslieferung am 11. September; damit lag „Das Kapital“ in den Schaufenstern der Buchhandlungen. [7] Das Inhaltsverzeichnis sah nun nach den letzten Änderungen folgendermaßen aus:

Vorwort

  1. Ware und Geld
  2. Die Verwandlung von Geld in Kapital
  3. Die Produktion des absoluten Mehrwert
  4. Die Produktion des relativen Mehrwerts
  5. Weitere Forschung zur Produktion des absoluten und relativen Mehrwerts
  6. Der Akkumulationsprozess des Kapitals
  7. Anhang zu Teil 1, 1. Die Wertform [8]

Trotz der langen Bearbeitung bis zur Veröffentlichung der ersten Ausgabe und der nachträglichen Einfügungen sollte die Struktur in den kommenden Jahren grundlegende Änderungen und Erweiterungen erfahren. Band I sollte also auch über seine Fertigstellung hinaus einen nicht unwesentlichen Teil von Marxens Energie in Anspruch nehmen.

3. Auf der Suche nach der „definitiven“ Version
Bereits im Oktober 1867 wandte sich Marx wieder dem zweiten Band zu. Und mit dieser Wiederaufnahme kehrten auch seine gesundheitlichen Beschwerden zurück. Dazu kamen wie immer der „Andrang from without“ und der „Hauskatzenjammer“; Mit einiger Bitterkeit stellte Marx luzide gegenüber Engels fest: „Meine Krankheit kommt immer aus dem Kopf.“ (Ebd.: 368; Marx an Engels 19.10.1867). Wie gewohnt sandte Engels alles Geld, das er entbehren konnte, und verband damit in seiner Antwort die Hoffnung, dass es die Karbunkeln vertreibe (vgl. ebd.: 372; Engels an Marx 22.10.1867). Dieser Wunsch ging nicht in Erfüllung. Marx schrieb Ende November, dass sein Gesundheitszustand sich „sehr verschlechtert“ habe und von Arbeiten „kaum die Rede“ sein könne (ebd.: 390; Marx an Engels 27.11.1867).

Das neue Jahr 1868 begann, wie das alte geendet hatte. Während der ersten Wochen im Januar konnte Marx nicht einmal seine Korrespondenz besorgen. Gegenüber Becker gestand Jenny, dass ihr „armer Mann … seit Wochen wieder an seinem alten, schweren, schmerzlichen und durch die stete Wiederkehr gefährlichen Leiden gefesselt“ darniederlag. (MEW 32: 691; Jenny Marx an Johann Philipp Becker nach dem 10.1.1868) Marx nahm erst Ende Januar das Schreiben wieder auf. Engels teilte er mit: „Ich werde 2-3 Wochen noch absolut nicht arbeiten…“ (ebd.: 25; Marx an Engels 25.1.1868).

Ende März äußerte er gegenüber Engels: „Mein Zustand ist derart, daß ich eigentlich alles Arbeiten und Denken für some time aufgeben müßte; aber das würde mir schwer, selbst wenn ich die Mittel zum Strolchen hätte.“ (Ebd.: 51; Marx an Engels 25.3.1868). Diese neue Arbeitsunterbrechung setzte gerade zu dem Zeitpunkt ein, als er die Arbeit an Band II wieder aufnehmen wollte – immerhin hatte sie seit 1865 für drei Jahre ruhen müssen. Über das Frühjahr hatte er die ersten zwei Kapitel fertig gestellt, [9] zusätzlich zu einigen vorbereitenden Manuskripten zum Verhältnis von Mehrwert und Profitrate, zum Profitraten-Gesetz und zum Umschlag des Kapitals. All das sollte ihn bis Ende 1868 voll in Beschlag nehmen. [10] Ende April 1868 sandte Marx Engels einen neuen Arbeitsplan, mit Fokus auf „der Entwicklungsmethode der Profitrate“.. Dabei betonte er, dass in Band II „der Zirkulationsprozeß des Kapitals unter den im I. Buch entwickelten Voraussetzungen dargestellt“ werden solle. Er nahm sich weiterhin vor – so gut es ging – die „Formbestimmungen“ des fixen wie zirkulierenden Kapitals und des Kapitalumschlags vorzunehmen. Sein Ziel dabei war die Aufdeckung der „gesellschaftliche[n] Verschlingung der verschiednen Kapitale, Kapitalteile und der Revenue (= m) miteinander.“ Band III behandle dann die „Verwandlung des Mehrwerts in seine verschiednen Formen und gegeneinander getrennten Bestandteile“. (ebd.: 70; Marx an Engels 30.4.1868).

In der zweiten Augustwoche äußerte er in einem Brief an Kugelmann seine Hoffnung, die ganze Arbeit Ende September des folgenden Jahres (1869) abschließen zu können (ebd.: 556; Marx an Kugelmann 10.8.1868). Doch im Herbst waren die Karbunkel zurück und im Frühjahr 1869, als Marx noch immer mit dem dritten Teil von Band II [11] zu Gange war, machte sich auch seine Leber wieder bemerkbar. Marx mit schrecklicher Regelmäßigkeit auftretendes Unglück wollte auch in den folgenden Jahren kein Ende nehmen und sollte ihn daran hindern, den zweiten Band des „Kapital“ jemals fertig zu stellen.

Aber es gab auch Gründe theoretischer Natur, die es Marx erschwerten, voranzukommen. Vom Herbst 1868 bis zum Frühjahr 1869 versuchte er ständig über die neusten Entwicklungen des Kapitalismus auf dem Laufenden zu bleiben und exzerpierte dazu fleißig aus Artikeln über Finanzmärkte und Währungsgeschäfte, die in Zeitschriften wieThe Money Market Review, The Economist u.a. erschienen. [12] Als er z.B. im Herbst 1869 von einigen (allerdings belanglosen) Neuerscheinungen über Russland gehört hatte, entschied er sich, umgehend Russisch zu lernen, um alle neue Literatur aus erster Hand studieren zu können. Mit dem üblichen Eifer stürzte er sich in die neue Sprache und Anfang 1870 schrieb Jenny an Engels, dass Marx, statt „sich zu hegen und pflegen“, angefangen habe, „auf Mord und Brand Russisch zu studieren“. Er „ging wenig mehr aus, aß unregelmäßig und zeigte den Carbuncle unter dem Arm erst, nachdem er schon bedeutend angeschwollen und verhärtet war“. (Ebd.: 705; Jenny Marx an Engels 17.1.1870). Engels zögerte nicht, seinen Freund zum wiederholten Male zu drängen, seine Lebensweise zu ändern, „selbst im Interesse Deines 2ten Bandes“ (ebd: 426; Engels an Marx 19.1.1870). Er hielt ihm vor, dass er bei „der ewigen Wiederholung solcher Unterbrechungen“ nie mit seinem Buch fertig werden würde.

Diese Voraussage sollte sich bewahrheiten. Früh im folgenden Sommer schrieb Marx in Rückschau auf die letzten Monate an Kugelmann, dass seine Arbeit den „ganzen Winter [hindurch] durch Krankheit unterbrochen worden“ war. Zudem sei es nötig gewesen, „Russisch zu ochsen, da es bei der Behandlung der Landfrage unumgänglich geworden ist, die russischen Grundeigentumsverhältnisse in den Originalquellen zu studieren.“ (Ebd.: 686; Marx an Kugelmann 27.6.1870)

Nach all den Unterbrechungen und einer Periode intensiver politischer Aktivität für die Internationale in Folge der Ereignisse rund um die Pariser Commune wandte sich Marx erst einmal einer Neuherausgabe des Ersten Bandes zu. Von der Art und Weise unbefriedigt, wie er die Werttheorie dargelegt hatte, verbrachte er Dezember 1871 bis Januar 1872 damit, seinen 1867 geschriebenen Anhang zu überarbeiten, was schließlich zu einer Umarbeitung des ganzen ersten Kapitels führte. [13] Bei der Gelegenheit revidierte er – neben einigen kleinen Einfügungen – die ganze Struktur des Buches.[14]

Diese Änderungen und Überarbeitungen betrafen auch die Übersetzung ins Französische. Ab März 1872 war Marx mit der Korrektur der Entwürfe beschäftigt gewesen, die dann sukzessive zwischen 1872 und 1875 an die Druckerei geschickt wurden. [15] Im Laufe dieser Revisionen entschied sich Marx zu weiteren Änderungen am Text, zumeist in den Abschnitten über die Akkumulation des Kapitals. Im Nachwort zur französischen Ausgabe attestierte er dieser Ausgabe einen „wissenschaftlichen Wert unabhängig vom Original“ (MEW 23: 32).

Auch in den letzten Jahren seines Lebens arbeitete Marx weiter am „Kapital“, wenn auch nicht im gleichen Tempo wie zuvor. Zum einen forderte sein immer noch prekärer Gesundheitszustand seinen Tribut, zum anderen sah er in einigen Bereichen persönliche Wissenslücken klaffen, die er unbedingt noch schließen musste. 1875 verfasste er ein weiteres Manuskript für Band III (MEGA², Bd.. II/14, 19-150) und zwischen Oktober 1876 und Anfang 1881 saß Marx erneut über Entwürfen für Abschnitte von Band II (MEGA², Bd. II/11 S. 525-828). Wäre es ihm gelungen die Resultate seiner rastlosen Recherche einzubauen, hätte er sich auch noch an eine Überarbeitung von Band I gemacht.

Kritik an der kapitalistischen Produktionsweise, die sich auf umfassende theoretische Konzepte beruft, kommt auch heute nicht an Marx „Kapital“ vorbei.
Übersetzung aus dem Englischen: Alan Ruben van Keeken

References
1. Michael Heinrich, Entstehungs- und Auflösungsgeschichte des Marxschen Kapital, in: Werner Bonefeld/Michael Heinrich (Hrg.), Kapital & Kritik. Nach der ‚neuen’ Marx-Lektüre, Hamburg 2011, S. 176-179. Heinrich vertritt hier die Ansicht, dass das Manuskript dieser Schaffensperiode nicht als die dritte Version des mit den „Grundrissen“ begonnenen Werks angesehen werden sollte, sondern als erster Entwurf des „Kapital“.
2. Mit Nr. 1 ist Marx’ „Zur Kritik der Politischen Ökonomie“ von 1859 gemeint.
3. Jenny Marx, Kurze Umrisse eines bewegten Lebens [1865], zit. nach: Gespräche mit Marx und Engels. Herausgegeben von Hans Magnus Enzensberger. Erster Band, Frankfurt am Main 1973, S. 288.
4. 50 Bögen entsprechen 800 Druckseiten.
5. Der Vertragstext selbst ist nicht überliefert. Zum Gesamtvorgang: Ina Osobova, Wie ist der Vertrag zwischen Marx und Meißner über die Herausgabe des „Kapitals“ zu datieren? Eine Anmerkung zu MEGA 2, II/5. In: Beiträge zur Marx-Engels-Forschung, NF 1994, Hamburg 1994. S. 218-221.
6. Marx fügte später den Abschnitt über die Grundrenten als Sechsten Abschnitt unter dem Titel „Verwandlung von Surplusprofit in Grundrente“ in das Manuskript des Dritten Bandes ein.
7. Vgl. Karl Marx, Das Kapital. Kritik der Politischen Ökonomie. Erster Band, Hamburg 1867, in: MEGA2, Bd. II/5, Berlin 1983, S. 674.
8. Vgl. ebd., S. 9-10.
9. Karl Marx, Manuskripte zum zweiten Buch des ‚Kapitals‘ 1868 bis 1881 , in: MEGA2, Bd. II/11, Berlin 2008.
10. Diese Texte sind vor kurzem veröffentlicht worden: Karl Marx, Ökonomische Manuskripte 1863-1868, in: MEGA2, Bd. II/4.3, Berlin 2012, S. 78-234 und 285-363. Der letzte Teil macht den Hauptteil des Manuskripts IV von Band II aus und enthält neue Versionen des ersten Kapitels „Der Umlauf des Kapitals” und des zweiten Kapitels, „Der Umschlag des Kapitals”.
11. Karl Marx, Manuskripte zum zweiten Buch des ‚Kapitals’ 1868 bis 1881, a.a.O., S. 340-522.
12. Diese bisher unveröffentlichten Notizbücher finden sich im Amsterdamer Internationalen Institut für Sozialgeschichte (IISH), Marx-Engels Papers, B 108, B 109, B 113 und B 114.
13. Karl Marx, Das Kapital. Kritik der Politischen Ökonomie. Erster Band, Hamburg 1867 , MEGA2, Bd. II/5, a.a.O.., S. 1-55.
14. 1867 hatte Marx das Buch in Kapitel aufgeteilt. Daraus wurden 1872 Abschnitte, die ihrerseits detailliert in Unterabschnitte aufgeteilt wurden.
15. Karl Marx, Le Capital, Paris 1872-1875, in : MEGA2, Bd. II/7, Berlin 1989.