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Solo tre ore in fabbrica. La proposta di Lafargue

Nel 1849, Adolphe Thiers, futuro presidente della Francia, affermò che occorreva “insegnare all’uomo che egli si trova sulla terra per soffrire”.

Molti economisti della stessa epoca dichiararono che la povertà dei lavoratori era causata dal loro scarso spirito di sacrificio.
Il bersaglio principale dello scritto di Lafargue, apparso nel 1880, non furono, però, i ceti dominanti, bensì il proletariato: “una strana follia si è impossessata delle classi operaie, nelle nazioni dove regna la civiltà capitalistica. Questa follia è l’amore per il lavoro”. I salariati avevano inteso il “diritto al lavoro” – rivendicazione primaria dei movimenti socialisti del tempo – come principio rivoluzionario. Si erano lasciati “pervertire dal dogma del lavoro” e non avevano compreso che il suo eccesso li abbrutiva, era responsabile della loro ignoranza e produceva la deformazione dei loro corpi.
L’alternativa proposta da Lafargue fu radicale: il “lavoro sfrenato”, caratteristico della società capitalistica, doveva essere “saggiamente regolamentato” e divenire un “piacevole condimento della pigrizia”. Occorreva “vietare il lavoro, non imporlo” e il movimento operaio doveva fare promulgare una “ferrea legge che proibisse a tutti gli esseri umani di lavorare più di tre ore al giorno”. Lungi dall’essere un’utopia, ciò si rendeva possibile grazie alla tecnica. Con il socialismo, il lavoro delle macchine avrebbe dovuto creare tempo libero per gli operai e non arrecare loro – come con la sorveglianza, il lavoro notturno e la soppressione dei giorni festivi – ulteriore fatica.
In un’epoca nella quale il credo produttivistico del capitale ha raggiunto livelli patologici, le parole di Lafargue sono un invito stimolante a ripensare le priorità della nostra organizzazione sociale.

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Eduardo Nunomura, Carta Capital

O jovem e velho Marx

Na gíria inglesa, Old Nick, ou “Velho Nick”, significava “Velho Diabo”, e era assim que Karl Marx assinava as cartas que enviava às filhas ou ao amigo Friedrich Engels.

Detratores, e não foram poucos, o acusaram de ser antissemita ou racista. Um padre romeno publicou um livro questionando se ele não era satanista. A história é pródiga em se repetir como farsa, o próprio Marx ensinou isso ao mundo, mas ele se divertia com a comparação.

O Mouro, como também era chamado entre os mais próximos, nunca foi alguém que coubesse em um só apelido. A complexidade de seu pensamento foi difundida como mera oposição entre o “jovem” Marx, filosófico e humanista, e o “velho” Marx, econômico e científico.

Duas biografias da editora Boitempo, lançadas neste ano em que se celebra o bicentenário de seu nascimento, partem justamente dessas duas frentes, mas alargam a compreensão sobre a vida de um dos maiores pensadores do século XIX.

A esta altura da história, quando mais de 30 grandes biografias sobre Marx já foram lançadas, cabe perguntar as razões que fizeram o matemático e cientista político alemão Michael Heinrich, autor deKarl Marx e o Nascimento da Sociedade Moderna – Volume 1 (1818-1841), e o filósofo e cientista político italiano Marcello Musto, deO Velho Marx: Uma Biografia de Seus Últimos Anos (1881-1883), a embarcarem nessa tarefa.

“Marx é o autor cujo perfil mais sofreu modificações no decorrer dos últimos anos”, justifica Musto. Segundo ele, o filósofo foi capaz de examinar as contradições da sociedade capitalista muito além do conflito entre capital e trabalho. No fim da vida, dedicou seu tempo para refletir sobre questões ecológicas, conflitos em países não ocidentais e como o colonialismo exercia um poder destruidor sobre as periferias do sistema capitalista.

Heinrich relembra que o Mouro também era um estudioso de matemática, ciências naturais, antropologia, linguística e história. “Essa diversidade de temas só pode ser compreendida em toda a sua abrangência se levarmos em consideração os inúmeros artigos de jornal e seus cadernos de excertos”, diz. “Marx não foi somente um pesquisador dedicado a trabalhos científicos, mas um jornalista político.”

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Um diferente e menos dogmático Marx começou a emergir a partir das recentes publicações daEdição Completa da Obra de Marx e Engels(mais conhecida comoMega, deMarx-Engels-Gesamtausgabe, em alemão), e é sobre essa fonte de originais em alemão que os pesquisadores têm se debruçado.

Constam novas versões de algumas obras, comoA Ideologia Alemã(1845), a dissertação e a tese de Marx, oManifesto Comunista(1848), os manuscritos preparatórios deO Capital(1867), as cartas enviadas ou recebidas por ele a Engels e 200 cadernos de anotações que incluem os livros lidos e comentados pelo “Velho Nick”. Imagina-se que, quando for inteiramente publicada, a coleção seja composta de 114 volumes. Até agora são 66 volumes.

Esta não é a primeira tentativa de publicar os originais. Entre 1927 e 1935, 12 volumes foram publicados pelo Instituto Marx-Engels, de Moscou, mas com a ascensão de Hitler na Alemanha, em 1933, o projeto foi descontinuado. Apenas depois da morte de Stalin é que editores soviéticos e alemães voltaram a trabalhar no material. Em 1975, foi publicado o primeiro volume na chamada fase 2 daMega, e a nova leva só veio a ser retomada, na prática, em 1998.

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O biógrafo Marcello Musto optou por enfrentar alguns mitos, como o de que a curiosidade de Marx teria sido saciada e, nos últimos anos, ele até teria parado de trabalhar. Na verdade, o italiano descobriu que o “Velho Nick” estava atento aos principais acontecimentos da política internacional.

Reunia-se com dirigentes das forças de esquerda da Europa, ajudando-os a organizar a luta para pôr fim ao modo burguês de produção. Criticava economistas americanos pseudossocialistas, que tentavam “convencer a si mesmos e ao mundo de que, com a transformação da renda fundiária em imposto pago ao Estado, desaparecerão automaticamente todas as injustiças da produção capitalista”.

Condenava os russos pela lentidão do desenvolvimento econômico, em fins do século XIX. Mas, tirando Alemanha, França e Rússia, Musto afirma que Marx “continuava um total desconhecido na Inglaterra” e seus escritos tinham dificuldade de circular na Itália, na Espanha ou na Suíça, onde Mikhail Bakunin (1814-1876) fazia mais sucesso.

Ávido leitor, Marx tinha em sua biblioteca livros de Shakespeare, Dickens, Molière, Racine, Bacon, Goethe e Voltaire, obras políticas em alemão, francês, russo, inglês, espanhol e italiano. Referia-se aos livros como “meus escravos e devem obedecer à minha vontade”. Dobrava as pontas das páginas, fazia pontuações a lápis, sublinhava os textos. O biógrafo italiano procurou construir uma narrativa fluida e ligeira, que flerta com uma versão romanceada, mas sem se descuidar do rigor da pesquisa histórica.

Como em uma novela, o biografado revela-se mais humano quando Musto narra a sucessão de fatos trágicos dos anos finais, desde a morte da mulher, Jenny von Westphalen, até os problemas de saúde dele (sofria com a bronquite e era tratado à base de quinino, morfina e clorofórmio) e das filhas, Eleanor e Jenny.

Para se curar, viajou até a Argélia, depois a Montecarlo, Cannes e Lausanne. Em 14 de março de 1883, Marx morreu em sua casa na periferia de Londres de um colapso repentino. “A humanidade tem agora uma inteligência a menos, a mais importante de que ela poderia se orgulhar hoje em dia”, escreveu o amigo Engels.

As obras de Musto e Heinrich ajudam a clarear o debate em torno da herança deixada por Marx. Em vários campos do saber, incontáveis correntes e leituras, algumas delas conflitantes entre si, ancoram-se em seus pensamentos ou se consideram influenciados por eles. Muitos se autodenominam marxistas, mas não seria improvável que fossem repreendidos. “Tudo o que sei é que não sou marxista”, ironizou ele, certa vez, aos que se diziam seguidores de suas ideias sem conhecê-las profundamente.

Para Heinrich, a obra do filósofo “não é só fragmentária, ela é uma sucessão de fragmentos” e se constitui de “uma série permanente de tentativas interrompidas, de recomeços que não são continuados”.

Em texto mais rigoroso e lento, a biografia dele pormenoriza e contextualiza cada evento significativo da infância e da juventude de Marx, recorte do primeiro de três volumes que almeja concluir até 2022. Como se fosse um escrutinador literário, o biógrafo recorre a fontes originais para apontar erros factuais e desmontar algumas “teses” que outros escritores criaram para lustrar – ou macular – a imagem e a reputação do autor.

Algumas das mais famosas obras de Marx foram os textos de juventude (ouGrundrisse, em alemão), mas esses só foram publicados décadas após sua morte. Dos textos jornalísticos, de grande repercussão na época, grande parte ainda é desconhecida. O cientista político faz uma criteriosa revisão de informações que foram inflacionadas conforme a conveniência, marxista ou não.

Mostra, por exemplo, que nos trabalhos de conclusão do ginásio Marx, com 17 anos, redigia textos que poderiam “contribuir para a prosperidade humana dentro do mundo burguês e como membro de uma elite burguesa”.

Ele cresceu em condições relativamente prósperas em Trier, na então Prússia. De família judaica que se converteu ao cristianismo protestante, foi influenciado pelas ideias iluministas do pai, o advogado Heinrich. Mudou-se para Bonn, a fim de estudar Direito, com direito a prisão universitária por arruaça e embriaguez.

Foi, então, enviado a Berlim, onde havia a maior universidade da Prússia. Lá escreveu alguns poemas românticos e logo tomou conhecimento de filósofos como Demócrito, Epicuro e Kant, além de mergulhar na filosofia de Friedrich Hegel, o mais influente de todos, “extremamente importante para o desenvolvimento intelectual de Marx”, anota o biógrafo.

Aos 19 anos, o prodígio entrou para o “clube dos doutores”, o mais jovem de um grupo de pesquisadores como Karl Althaus, Adolf Rutenberg, Karl Köppen e Bruno Bauer, que discutiam história e filosofia e alinharam-se à corrente dos jovens hegelianos, tidos como pensadores mais à esquerda, enquanto os velhos hegelianos eram vistos como mais à direita.

Já noivo de Jenny, quatro anos mais velha, ele foi cobrado pelo pai para concluir os estudos e assumir o relacionamento amoroso. Marx assumiu ainda jovem esse amor e viveu com Jenny até ambos ficarem “velhos”.

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ProtoView

Written to be accessible to students and non-experts, this book challenges common conceptions of Marx’s ideas and seeks to stimulate new interpretations of Marx’s work among academics.

The book charts the earlier stages in Karl Marx’s intellectual development, drawing on his letters, preparatory manuscripts of Capital, and the Marx-Engels-Gesamtausgabe (Marx’s early writings assembled by Friedrich Engels). The first part of the book looks for Marx’s intellectual influences in his childhood, youth, and university years, with one chapter devoted to his earliest encounters with political economy. The next section examines his critiques of political economy and the origins of his Capital, from his studies of political economy through his early manuscripts. The third section of the book chronicles his political militancy during the period from 1864 to 1872, such as his involvement in the International Working Men’s Association, the revolution in Paris, and his conflict with Mikhail Bakunin. Historical b&w photos are included.

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Surat-surat untuk Revolusi: Persahabatan Marx-Engels

DALAM suasana perayaan ulang tahun Karl Marx yang ke-200, saya ingin berbagi cerita tentang persahabatannya dengan Friedrich Engels.

Marx dan Engels pertama kali bertemu di Cologne, Jerman, pada November 1842. Pertemuan itu terjadi di kantor koran Rheinische Zeitung, dimana Marx aktif sebagai editor muda. Namun kolaborasi teoritik mereka baru dimulai pada 1844, di Paris, Prancis. Engels, anak seorang industrialis tekstil, berkesempatan mengunjungi Inggris. Di sana ia melihat dengan mata kepalanya sendiri dampak-dampak dari penindasan kapitalis terhadap kelas-kelas pekerja. Artikelnya tentang kritik ekonomi-politik yang dimuat dalam Franco-German Yearbooks, mendapatkan perhatian yang sangat besar dari Marx, yang saat itu memutuskan untuk mendedikasikan seluruh energinya pada subjek yang sama. Keduanya kemudian memulai kerjasama politik dan teoritiknya hingga masa akhir kehidupan mereka.

Pada 1845, ketika pemerintah Prancis mengusir Marx karena aktivitas-aktivitas komunisnya, Engels menyusulnya ke Brussel, Belgia, tempat tinggal baru Marx dan keluarganya. Tahun yang sama terbitlah karya bersama mereka yang sangat sedikit: The Holy Family (Keluarga Suci), sebuah kritik terhadap idealisme para Hegelian Muda (Young Hegelians); dan tak lama berselang keduanya menulis manuskrip yang tidak diterbitkan – The German Ideology (Ideologi Jerman) – yang menghadirkan “kritik tajam laksana gigitan tikus”. Selanjutnya, dengan mencuatnya ke permukaan tanda-tanda pertama revolusi pada 1848, Marx dan Engels menulis sebuah karya yang kelak menjadi teks politik yang paling luas dibaca dalam sejarah umat manusia: the Manifesto of the Communist Party (Manifesto Partai Komunis).

Tahun 1849, menyusul kekalahan revolusi 1848, Marx kembali terusir dari Brussel dan memutuskan pindah ke Inggris. Engels pun dengan segera menyeberangi perbatasan mengikuti jejak langkah karibnya itu. Marx menyewa penginapan murah di London, sementara Engels memilih pergi mengelola bisnis keluarganya di Manchester, sekitar 300 km jauhnya dari Marx. Dari 1850 hingga 1870, ketika Engels pensiun dari bisnis dan pada akhirnya bisa bergabung kembali dengan kawannya di ibukota Inggris itu, keduanya hidup pada periode yang sangat intens dalam kehidupan mereka. Mereka menulis catatan-catatan beberapa kali dalam seminggu ketika peristiwa-peristiwa politik dan ekonomi besar berlangsung pada masa itu. Lebih dari 2.500 surat menyurat saling mereka kirimkan dalam dua dekade tersebut. Keduanya juga mengirimkan sekitar 1.500 surat-surat korespondensi kepada para aktivis dan intelektual di hampir sekitar 20 negara. Untuk aktivitas yang sangat luar biasa ini, mesti ditambahkan 10.000 surat yang ditujukan kepada Marx dan Engels dari pihak ketiga, dan 6.000 surat lainnya, yang walaupun sulit dilacak, namun diketahui dengan pasti pernah ada. Ini sungguh sebuah harta karun yang tak ternilai harganya, mencakup gagasan-gagasan yang, dalam beberapa kasus, gagal mereka formulasikan secara utuh dalam tulisan-tulisannya.

Beberapa korespondensi di abad ke-19 itu bisa mengumbar banyaknya referensi yang sarat pengetahuan sebagaimana yang mengalir dari pena kedua komunis revolusioner komunis itu. Marx bisa membaca dalam delapan bahasa dan Engels sendiri menguasai setidaknya 12 bahasa; surat-surat mereka secara mencolok ditandai oleh pergantian secara berkelanjutan antara berbagai bahasa yang berbeda-beda dan untuk jumlah kutipan yang mereka pelajari, termasuk dalam bahasa Latin dan Yunani kuno. Kedua humanis ini juga sangat mencintai sastra. Marx hafal cuplikan-cuplikan naskah karya Shakespeare dan tak pernah lelah membolak-balik halaman buku karya Aeschylus, Dante dan Balzac. Engels untuk waktu lama adalah presiden dari Schiller Institute di Manchester dan sangat memuja Aristoteles, Goethe dan Lessing. Bersamaan dengan diskusi rutin soal aktivitas-aktivitas internasional dan kemungkinan-kemungkinan revolusioner, banyak dari korespondensi mereka berkaitan dengan penemuan-penemuan besar terbaru masa itu dalam bidang teknologi, geologi, kimia, fisika, matematika dan antropologi. Marx selalu memandang Engels sebagai teman bicara yang tak tergantikan, tempatnya mengonsultasikan suara kritisnya kapanpun ia harus mengambil posisi untuk soal-soal yang kontroversial.

Acap kali hubungan mereka melibatkan pembagian kerja yang nyata. Dari 487 artikel yang diterbitkan atas nama Marx antara periode 1851 dan 1862 di New-York Tribune (sebuah koran dengan sirkulasi terbesar di Amerika Serikat), hampir setengahnya sesungguhnya ditulis oleh Engels. Marx menulis buat publik Amerika tentang krisis ekonomi dan peristiwa-peristiwa besar dalam politik dunia, sementara Engels menceritakan kembali peristiwa dan hasil yang mungkin dari banyak perang yang terjadi. Melalui pembagian kerja ini, ia memberikan kesempatan kepada Marx agar bisa mendedikasikan lebih banyak waktu untuk menyelesaikan studi-studi ekonominya.

Melampaui level hubungan intelektual, dalam pengertian kemanusiaan hubungan kedua sahabat ini lebih luar biasa lagi. Marx menceritakan semua kesulitan pribadinya kepada Engels, dimulai dengan kesulitan materialnya yang mengerikan dan berbagai masalah kesehatan yang menyiksanya selama beberapa dekade. Sebaliknya, Engels menunjukkan kesetiakawanan (self-abnegation) yang total dalam membantu Marx dan keluarganya, selalu melakukan segala daya untuk memastikan kehidupan mereka tetap bermartabat dan memfasilitasi penyelesaian Kapital. Marx tak pernah lupa dengan bantuan keuangan ini, sebagaimana bisa kita lihat dari apa yang ditulisnya pada suatu malam di bulan Agustus 1867, beberapa menit setelah ia selesai mengoreksi bukti-bukti Kapital Volume I: “Saya berutang budi kepada Anda, karena Anda lah buku ini menjadi mungkin.”

Mulai bulan September 1864, keterlibatan Marx dalam aktivitas Asosiasi Kelas Pekerja Internasional (International Working Men’s Association) telah menyebabkan penyelesaian penulisan karya magnum opusnya tertunda-tunda. Sejak awal ia telah menduga akan memikul beban berat ketika memimpin asosiasi itu, tetapi Engels dengan segera menggunakan bakat politiknya untuk melayani para pekerja. Pada malam 18 Maret 1871, ketika mereka menerima berita bahwa “badai langit/storming of the heavens” mengalami kesuksesan dan bahwa komune sosialis pertama dalam sejarah manusia muncul di Paris, mereka memahami bahwa waktu dapat berubah lebih cepat dari yang mereka harapkan.

Bahkan setelah kematian istri Marx, Jenny, pada 1881, ketika para dokter memberikan resep perjalanan jauh dari London dalam upaya untuk menyembuhkan penyakitnya, Marx dan Engels tidak pernah berhenti menulis satu sama lain. Seringkali mereka menggunakan julukan yang penuh kasih sayang di mana berbagai kawan dalam perjuangan menyapa mereka: Moor (untuk Marx karena jenggot dan rambutnya yang hitam legam) dan Jenderal (untuk Engels karena pengetahuannya yang luas tentang strategi militer).

Sesaat sebelum kematiannya, Marx meminta putrinya Eleanor untuk mengingatkan Engels agar “membuat sesuatu” dari naskahnya yang belum selesai. Menghormati permintaan itu, Engels memulai tugas besar tersebut segera setelah sore pada Maret 1883, ketika dia melihat sahabatnya itu untuk terakhir kalinya. Dia masih bertahan hidup selama 12 tahun sejak meninggalnya Marx, dan selama itu banyak hal yang dipersiapkannya untuk mempublikasikan rancangan materi bagi Kapital Volume II dan Volume III, yang tak sempat diselesaikan Marx.

Selama masa-masa terakhir dalam hidupnya, Engels merindukan banyak hal yang berkaitan dengan Marx, termasuk surat-menyurat yang konstan. Ketika ia dengan hati-hati menyusun korespondensi mereka, ia teringat tahun-tahun ketika, sambil mengisap cerutunya, ia memiliki kebiasaan menulis surat pada larut malam. Kini dia sering membaca kembali surat-surat itu dengan sentuhan melankolis, memikirkan semua momen di masa muda mereka, ketika sambil tersenyum dan bercanda satu sama lain, mereka mencoba memprediksi di mana revolusi berikutnya akan pecah. Meskipun demikian, tak pernah terpikir olehnya bahwa banyak orang lain akan melanjutkan pekerjaan teoritis mereka, dan bahwa jutaan orang, di setiap sudut dunia, akan terus berjuang untuk emansipasi kelas-kelas tertindas.