Repensar Marx e os Marxismos

Guia para Novas Leituras
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São Paulo: Boitempo
2022
320 pages

Desde o fim dos anos 1980 e após a dissolução da União Soviética, Karl Marx vem sendo considerado por uma parcela da intelectualidade um pensador ultrapassado, condenado ao esquecimento. A crise econômica internacional de 2008, no entanto, trouxe de volta à discussão seu extenso trabalho e sua análise do capitalismo.

Em Repensar Marx e os marxismos, o italiano Marcello Musto reconstrói, com rigor textual e historiográfico, etapas da biografia intelectual de Marx ainda pouco conhecidas ou mal compreendidas, como sua formação cultural durante a juventude, os estudos de economia política, os primeiros esboços do que viria a ser os escritos de O capital, assim como a divulgação e a recepção de alguns de seus principais trabalhos como os Manuscritos econômico-filosóficos, o Manifesto comunista e os Grundrisse.

O trabalho crítico e inovador realizado por Musto nos apresenta um pensador muito diferente daquele retratado durante todo o século XX por muitos de seus críticos e seguidores: “A obra de Marx abrange as mais diversas disciplinas do conhecimento humano e sua síntese representa um objetivo de difícil alcance mesmo para os estudiosos mais rigorosos. Como se não bastasse, a obrigação de respeitar a dimensão convencional de uma monografia tornou impossível analisar todos os textos de Marx e, menos ainda, todas as principais interpretações a seu respeito”, conta o autor no prefácio à edição brasileira.

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"Musto dedica uma atenção particular aos escritos econômicos, desde os primeiros cadernos de 1844 até O capital e seus manuscritos preliminares. Não reduz, felizmente, Karl Marx a um “economista”: como sabemos, ele era acima de tudo um revolucionário que exerceu uma crítica implacável contra a economia política burguesa, a economia política a serviço do capital, que ainda hoje predomina sob a forma degradada do neoliberalismo".
– Michael Löwy

Table of contents

Premissa 11
Advertência 13
Prefácio à edição brasileira 17

1. Infância, adolescência e estudos de formação 21
1.1. O rabino ausente 21
1.2. Na escola secundária em Trier 24
1.3. O studiosus juris em Bonn 27
1.4. Nos braços do inimigo 30
1.5. Um jovem hegeliano em Berlim 35

2. Paris, 1844. O encontro com a economia política 41
2.1. Paris, capital do século XIX 41
2.2. O desembarque na economia política 43
2.3. Manuscritos e cadernos de excertos: as cartas de 1844 47
2.4. Crítica da filosofia e crítica da política 51
2.5. Da filosofia à práxis revolucionária 53
Apêndice 56

3. O mito do “jovem Marx” nas interpretações dos Manuscritos econômico-filosóficos de 1844 61
3.1. As duas edições de 1932 61
3.2. Traduções e publicações posteriores 66
3.3. Um ou dois Marx? A disputa sobre a “continuidade” do pensamento de Marx 69
3.4. O nascimento do mito do “jovem Marx” nas primeiras interpretações dos Manuscritos economico-filosoficos de 1844 na Alemanha 71
3.5. A moda do “jovem Marx” na França após a Segunda Guerra Mundial 75
3.6. Os Manuscritos economico-filosoficos de 1844 no “campo socialista” e no marxismo anglo-saxão 86
3.7. Superioridade, ruptura, continuidade 93
Apêndice 97

4. Estudo de economia e jornalismo para o New-York Tribune na década de 1850 101
4.1. Continuando o estudo de economia 101
4.2. 1848 e o início da revolução 104
4.3. Em Londres à espera da crise 106
4.4. As notas de pesquisa de 1850-1853 110
4.5. O julgamento dos comunistas e dificuldades pessoais 118
4.6. Os artigos sobre a crise no New-York Tribune 120
4.7. A crise financeira de 1857 e os Grundrisse 125
Apêndice 128

5. Método, concepção de história e produção capitalista na “Introdução” de 1857 131
5.1. Por onde começar? 131
5.2. Notas críticas sobre a história e o indivíduo social 132
5.3. A produção como totalidade 143
5.4. Em busca do método 150
5.5. A relação desigual entre a produção material e a produção intelectual 161
5.6. Além da “Introdução” de 1857 164

6. Difusão e recepção dos Grundrisse no mundo. Uma contribuição para a história do marxismo 167
6.1. 1858-1953: cem anos de solidão 167
6.2. Quinhentas mil cópias circulando no mundo 170
6.3. Leitores e intérpretes 173
Apêndice 176

7. A escrita de O capital. A crítica inacabada 179
7.1. Dos Grundrisse à análise crítica das Teorias da mais-valia 179
7.2. A escrita dos três volumes 193
7.3. A conclusão do Livro I 199
7.4. Em busca da versão definitiva 207

8. A concepção de alienação segundo Marx e nos marxismos do século XX 213
8.1. As origens do conceito 213
8.2. A redescoberta da alienação 214
8.3. As concepções não marxistas 217
8.4. O debate sobre o conceito de alienação nos escritos de juventude de Marx 224
8.5. O fascínio irresistível da teoria da alienação 226
8.6. A teoria da alienação na sociologia estadunidense 229
8.7. O conceito de alienação em O capital e em seus manuscritos preparatórios 233
8.8. Fetichismo da mercadoria e desalienação 238

9. Evitar o capitalismo? Os populistas e a primeira recepção de Marx na Rússia 243
9.1. O que fazer com a comuna agrícola russa? 243
9.2. A função histórica do capitalismo 250
9.3. A alternativa possível 264
9.4. Juízo sobre o movimento populista 276

10. A odisseia da publicação dos escritos de Marx e as novas descobertas da MEGA² 283
10.1. A incompletude de Marx e a sistematização do marxismo 283
10.2. Adversidades da publicação das obras de Marx e Engels 290
10.3. Revistas de estudos marxianos 294
10.4. Aquisições filológicas recentes da MEGA² 296
10.5. Um outro Marx? 314

Apêndice 316

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